Investimento em ações é prioridade global, diz UBS
Após a forte recuperação dos mercados nos últimos 12 meses, os investidores globais ainda estão otimistas e priorizam o investimento em ações, embora o caixa permaneça alto em função dos temores gerados pela pandemia. A estimativa foi levantada pelo UBS, em relatório divulgado nesta semana.
A pesquisa trimestral do banco suíço sobre o sentimento dos investidores diz que o caixa representa 22% das carteiras individuais em todo o mundo, uma queda de três pontos percentuais desde setembro de 2020. Embora o patamar permaneça alto, 41% do público estudado pretende elevar o investimento em ações.
O resultado mostra uma evolução positiva do mercado, frente à expectativa da economia no longo prazo e avanço dos programas de vacinação. Por outro lado, 12% pretende cortar os aportes em ações, e 47% deseja manter suas carteiras idênticas proporcionalmente.
O documento diz que 64% acredita que o investimento em empresas por meio da Bolsa é uma forma eficaz de diversificar as carteiras durante a recuperação econômica global e que existem oportunidades promissoras e sustentáveis aos preços atuais.
Mesmo assim, metade do público estudado se mostra preocupada com os dados econômicos o que diz respeito aos preços na economia. De acordo com o relatório, 26% diz que a alta liquidez no mundo pode trazer um efeito reverso e impactar o desempenho dos ativos em função da alta da inflação. Isso faria com que as taxa de juros fossem elevadas.
Em resposta a este movimento, 31% disse que aumentaria suas posições em ativos imobiliários, os quais normalmente são mais resilientes em tempos de crise e aumento dos preços.
“Estamos satisfeitos em ver investidores citando investimentos sustentáveis e temáticos entresuas melhores oportunidades”, diz Iqbal Khan, presidente do UBS Europa, Oriente Médio e África e co-presidente do UBS Global Wealth.
Otimismo para investimento em ações é maior na Europa
Os investidores europeus, desconsiderando a Suíça, sede do UBS, estão confiantes com a economia da região e, consequentemente, com o mercado acionário. Em particular, 73% diz que está otimista com as ações, maior proporção registrada na pesquisa.
A região também registra a menor pretensão de manter o dinheiro em caixa, com apenas 10% dos ouvidos dizendo que esse faz parte do objetivo. Na Suíça, a confiança com o mercado é observado em 57% da pesquisa, em comparação com 45% de três meses antes.
Nas Américas, a preferência pelo mercado acionário atingiu 61% da pesquisa, enquanto a confiança com a própria economia foi afirmativa em 60%. Metade dos pesquisados espera que a inflação suba nos próximos três anos, o terceiro maior número globalmente, representando os impactos do combate à pandemia.
A pesquisa que trouxe a perspectiva das intenções de investimento em ações entre janeiro e março deste ano foi realizada pelo UBS com 2.850 investidores e 1.150 empreendedores com ao menos US$ 1 milhão em investimentos ativos. A amostra global foi dividida em 14 mercados, em três continentes.