A Tesla se tornou oficialmente alvo de uma investigação criminal do Departamento de Justiça dos EUA, após semanas de especulação sobre a legalidade de tuítes de seu fundador e CEO Elon Musk, no começo de agosto, a respeito de fechar o capital da empresa.
A Bloomberg noticiou o fato nesta terça, dia 18, e as ações da empresa despencaram 6% quase imediatamente, por volta das 13h do horário de Brasília.
A montadora de carros elétricos confirmou a investigação, que se some à que já estava sendo realizada pela SEC (Securities and Exchange Comission), entidade com alçada semelhante à da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil.
“No último mês, após o anúncio de Elon de que ele estava considerando tirar a empresa da bolsa, a Tesla recebeu um pedido voluntário do Departamento de Justiça por documentos e tem colaborado ao responder todas as questões. Nós não recebemos uma intimação, pedido de testemunho ou qualquer outro processo formal. Respeitamos o desejo do Departamento de Justiça de conseguir informações sobre isso e acreditamos que o problema será resolvido rapidamente conforme eles analisam as informações recebidas”, escreveu um porta-voz da Tesla à CNN.
No dia 7 de agosto, Elon Musk soltou um tuíte em que dizia que estava pensando em fechar o capital da Tesla quando suas ações atingissem o valor de US$420, e afirmou que já teria o financiamento garantido para fazê-lo. A declaração fez com que as ações valorizassem 9%, mas, desde então, o valor da empresa já acumulou perda de 25%, entre controvérsias ligadas ao tuíte e outras.
Três semanas depois, Musk declarou ter decidido desistir do plano, dizendo que um estudo do Goldman Sachs indicaria que a maior parte dos acionistas seriam contra o movimento.
A ilegalidade do tuíte viria do fato de que Musk declarou ter o financiamento alinhado para fechar o capital da Tesla mas jamais mostrou provas disso. Se falsa, a declaração poderia constituir fraude e por isso se tornou alvo de investigação, primeiro da SEC e agora do Departamento de Justiça.
As ações da empresa já caíam 2% no início da semana após a notícia de que o Fundo Soberano da Arábia Saudita investiu US$ 1 bilhão na concorrente Lucid Motors, que planeja lançar seu primeiro veículo, o Lucid Air, em 2020. O fundo era um dos supostos interessados em financiar a retirada da Tesla da bolsa, segundo Musk.