Investidores da Sabesp (SBSP3) cobram Doria por mudanças na estatal, diz coluna

Após a conclusão das eleições municipais, realizadas em novembro de 2020, os investidores minoritários da Sabesp (SBSP3) voltaram a cobrar o governo de João Doria para mudanças na estatal. Segundo informações da coluna Broadcast, a principal ideia continua sendo uma privatização, mas a curto prazo os investidores procuram uma mudança na gestão da empresa.

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Alguns minoritários já tiveram encontros com o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, e com o secretário de Planejamento, Mauro Ricardo, demonstrando as razões porque consideram que os últimos investimentos da estatal foram ineficientes. O governo de São Paulo, que controla 50,26% do capital da Sabesp, disse que contrataria uma consultoria financeira para averiguar a situação da empresa de saneamento.

De acordo com alguns investidores, Doria tem sido mais distante desde agosto. No dia 19 daquele mês, o governador disse, em um evento, que a Sabesp passaria por uma capitalização, e não uma privatização, como desejada por alguns dos stakeholders.

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Naquela semana, os papéis da empresa despencaram e encerraram a semana com uma baixa de quase 7%. No acumulado de 2020, as ações recuaram 24% ao passo que o Ibovespa subiu pouco mais de 2%.

Segundo Fabiano Custódio, sócio da Miles Capital, em entrevista ao Broadcast, “esse desempenho está muito aquém do que se poderia esperar de um Governo declaradamente liberal e que tem como um de seus pilares a atração de investimentos privados. No caso da Sabesp, seu principal cartão de visitas, o que vemos é exatamente o contrário”.

Os investimentos ineficientes da Sabesp

Segundo um documento apresentado ao governo, que o Broadcast teve acesso, foi elaborado um relatório pela companhia em abril de 2014, onde a empresa calculou uma base de ativos de R$ 30 bilhões, sendo que apenas R$ 24 bilhões foram reconhecidos pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).

Na prática, isso fez com que o retorno aos acionistas foram menores do que reportado inicialmente. Segundo os investidores, o fator de reconhecimento foi de 76%, enquanto a média do setor elétrico, onde a maior parte das empresas são privadas, fica em 98%.

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De acordo com Custódio, isso é traduzido em uma destruição de valor para os acionistas. “Não por acaso, toda vez que a empresa indica publicamente que acelerará investimentos, suas ações desabam. Mesmo com esse histórico ruim, a empresa fez propostas pela concessão de Alagoas e se diz interessada em participar das próximas licitações do setor e entrar em outros negócios”, afirmou à coluna.

O mesmo documento apresentado diz que o custo médio por empregado da Sabesp é maior em comparação a empresas do setor privado. Esse fato, dentre outras razões, já provocou uma saída em massa de investidores estrangeiros da empresa, segundo os acionistas.

Em resposta à coluna, o governo de São Paulo disse que “como acionista majoritário da terceira maior Companhia de Saneamento do mundo em termos de receita, tem concentrado seus esforços e investimentos, de forma responsável, na melhoria de qualidade de vida e saúde da população”, salientando que a Sabesp tem entregado lucros há mais de duas décadas.

Última cotação

Por volta das 11h55 desta quinta-feira, as ações ordinárias da Sabesp operavam com uma alta de 0,61%, negociadas a R$ 42,57.

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Jader Lazarini

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