A Bolsa de valores (B3) informou nessa terça-feira (5) que investidores estrangeiros sacaram cerca de R$ 5,07 bilhões no segmento secundário em abril, sendo que só no último dia do mês os saques representaram R$ 710,5 milhões.
Segundo a Bolsa, abril se caracteriza como o mês em que os investidores do exterior menos sacaram recursos na B3, visto que nos outros meses do ano os saques foram de:
- Janeiro R$ 19,16 bilhões;
- Fevereiro R$ 20,97 bilhões;
- Março R$ 24,21 bilhões.
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Em relação ao mercado primário, a B3 informou pela última vez em fevereiro que o saldo estava positivo em R$ 11,32 bilhões. Entretanto, para a Bolsa brasileira 2020 é considerado o pior ano desde 1994, visto que apresenta um fluxo negativo de R$ 69,41 bilhões.
Segundo o estrategista da RB investimentos, Gustavo Cruz, é normal a saída de investidores estrangeiros durante o atual cenário mundial, afetado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Contudo, as atuais agitações políticas brasileiras intensificam ainda mais a crise.
O estrategista salientou que o dinheiro estrangeiro ficou ainda mais complicado de vir com a crise política no radar, visto que já estava difícil de vir em tempos bons, devido as reclamações sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que não vinha.
“Abril foi mais calmo de volatilidade, mas no fim veio uma nova crise política, que não será breve”, indicou Cruz, se referindo aos últimos acontecimentos que abalaram o mercado.
No acumulado do mês de abril, o Índice Bovespa (Ibovespa) apresentou uma alta de 10,25%, frente a queda de 29,9% apresentada no acumulo de março.
Investidores brasileiros
Segundo os dados divulgados pela Bolsa, os investidores classificados como pessoa física injetaram cerca de R$ 7,34 bilhões no mercado secundário em abril, enquanto os investidores institucionais retiraram cerca de R$ 3,14 bilhões no mesmo mês.
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Além disso, o fluxo está positivo representado por R$ 33,25 bilhões. Por fim, Cruz salientou que mesmo os investidores brasileiros estão descontentes com os riscos e por isso, muitos já não concentram tudo no mercado brasileiro.