Gringo vai às compras: Investidor estrangeiro tem fluxo positivo de R$ 2,9 bilhões na bolsa apesar do risco fiscal

O investidor estrangeiro entrou com R$ 2,9 bilhões na bolsa de valores brasileira em novembro, somando R$ 109,3 bilhões no acumulado de 2023. O saldo positivo – saldo entre aportes e retiradas – veio em um mês de 3,1% de queda no Ibovespa enquanto as bolsas mundiais subiram e o Real foi a única moeda dentre as principais que caiu ante o dólar.

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Segundo a XP, para que o saldo líquido do Investidor Estrangeiro siga no positivo, são necessários três pontos:

“Em novembro, a Bolsa brasileira, câmbio e a curva de juros foram pressionadas pelo aumento de riscos fiscais”, dizem os especialistas Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig.

Os estrategistas apontam que a grande preocupação do mercado foi a incerteza com a formação da equipe econômica do novo governo e qual será a agenda fiscal – principalmente em relação ao teto de gastos.

Saldo do Investidor Estrangeiro na bolsa brasileira, com base em dados da Bloomberg e da XP - Gráfico: Reprodução/Expert XP
Saldo do Investidor Estrangeiro na bolsa brasileira, com base em dados da Bloomberg e da XP – Gráfico: Reprodução/Expert XP

Além disso, os dados mostram que alguns segmentos de investimentos tiveram um saldo negativo no acumulado.

“O investimento em fundos de ações teve um fluxo negativo de R$ 3,8 bilhões em outubro, último dado disponível, chegando a R$ 544,2 bilhões de patrimônio líquido. Fundos multimercados tiveram um fluxo positivo de 2,1 bilhões chegando a um patrimônio líquido de RS 1,2 trilhões”, apontam os especialistas da XP.

Segundo a casa, quem ganha são os fundos de renda fixa – que apesar do fluxo negativo de R$ 6,6 bilhões em outubro, seguem com patrimônio líquido considerado alto, de R$ 3 trilhões.

Além disso, olhando exclusivamente para os fundos de pensão, há um fluxo também negativo se considerados os dados mais recentes, de agosto.

“Segundo dados mais recentes disponíveis de agosto de 2022 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações diretamente foi de R$5,7 bilhões negativos em relação à dezembro de 2021. Com isso, eles estão com uma alocação de R$81,6 bilhões em ações até agora em 2022”, destaca a XP.

Além disso, os mesmos dados mostram que nos fundos de pensão o fluxo para fundos de renda variável também foi negativo em agosto, caindo R$8,4 bilhões quando comparado ao fim de 2021, somando um total de $67,5 bilhões.

“Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 13,7% da carteira desses fundos de pensão, resultando em um total de R$149 bilhões. Já para renda fixa, o saldo é de R$849,0 bilhões, representando 78,2% do total”, aponta a XP.

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Além do Investidor Estrangeiro, pessoa física cresce

Afora o Investidor Estrangeiro, as dados oficiais mais recentes também mostram que os investidores pessoa física da bolsa seguem em alta, com 5,4 milhões em novembro, segundo dados da B3 (B3SA3).

Apesar disso, o valor investido caiu.

“Em relação a outubro, houve um aumento de 20,7 mil investidores pessoa física, equivalente a um crescimento mensal de +0,4%. Quanto à posição total desses investidores PFs, houve uma queda do valor total mensal de -6,6%, atingindo R$468,6 bilhões investidos”, destacam os especialistas da XP.

Segundo os dados da Research da XP e da B3, o investidor pessoa física representa 13,3% da participação na bolsa brasileira, ante 24,4% de institucionais e 58% de participação do investidor estrangeiro.

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Eduardo Vargas

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