Conforme dados recentes da B3 (B3SA3), a bolsa de valores brasileira, o investidor estrangeiro deixou de representar saídas líquidas em janelas mensais e agora o saldo passou a ser positivo.
Em julho houve uma entrada líquida de R$ 7,35 bilhões na bolsa de valores brasileira por parte do investidor estrangeiro. Em agosto, até o dia 15, o saldo fica positivo em R$ 4,06 bilhões.
Essa entrada de capital é um dos motivos pelos quais o Ibovespa renovou suas máximas históricas.
Ainda nesta segunda (19) o índice fechou aos 135.777 pontos, maior patamar para um fechamento em toda a história.
“O fluxo de capital estrangeiro tem sido um impulsionador crucial, à medida que os investidores buscam retornos atrativos em um ambiente global de juros baixos. A resiliência das empresas listadas na B3, que têm mostrado resultados financeiros sólidos, também desempenhou um papel vital”, explica Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações.
“Olhando para o futuro, é razoável esperar que o Ibovespa continue a mostrar força, especialmente se o Banco Central mantiver uma postura conservadora em relação à política monetária, como indicado pelo Boletim Focus”, completa.
Quais ações estão subindo?
O rali das últimas semanas tem sido fortemente vinculado ao segmento de bancos e instituições financeiras, na esteira de bons resultados referentes ao segundo trimestre de 2024 (2T24).
Bancos que tinham perspectivas negativas deram a ‘volta por cima’ e os que tinham boas perspectivas ‘subiram o sarrafo’ ainda mais.
Como exemplo, o Bradesco (BBDC4) vinha sofrendo com inadimplência e vendo suas ações sangrarem após a divulgação dos resultados anteriores.
Nesse 2T24, os papéis dispararam mais de 7% após a divulgação dos números – isso, em um dia que praticamente todas as ações da bolsa caíam.
O Itaú (ITUB4), por sua vez, já seguia sendo visto como um dos players mais resilientes, e surpreendeu positivamente ao reportar um lucro recorde de R$ 10 bilhões.
Investidor estrangeiro e Fed
Vale destacar que o que também contribuiu para esse fluxo de capital estrangeiro foi a perspectiva de queda de juros nos Estados Unidos.
Com os eventos recentes – especialmente a divulgação dos últimos indicadores de inflação e atividade econômica – boa parte do mercado americano passou a esperar um corte por parte do Federal Reserve (Fed) já no mês de setembro.
Nesse cenário, o apetite ao risco do investidor estrangeiro aumenta, dada a queda da atratividade dos investimentos em renda fixa nos EUA.