Intervenções no dólar vão durar o necessário, diz Banco Central
Segundo Bruno Serra Fernandes, diretor de política monetária do Banco Central (BC), as intervenções da autoridade monetária “podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio”. O dólar, na manhã desta segunda-feira (9), chegou a atingir R$ 4,7921 na venda, em uma alta de 3,50%.
O discurso de Serra acerca da atuação do BC sobre o dólar foi divulgada antes da abertura do mercado. O diretor participaria do evento “Oportunidades para Family Offices em 2020”, organizado pela Bloomberg, e que estava previsto para começar às 9h10.
Além disso, o diretor afirmou que as intervenções do BC no câmbio tem sido pontuais, respondendo a eventos e disfuncionalidades específicas. Serra também disse que a atual conjuntura “permite ao BC dispor de todos os seus instrumentos, no volume que entender apropriado, para promover o regular funcionamento do mercado de câmbio”.
Na manhã desta segunda-feira, logo na abertura do mercado, o BC vendeu um lote integral de US$ 3 bilhões no mercado à vista de câmbio. A oferta foi superior à anunciada na última sexta-feira (6), a qual leiloaria US$ 1 bilhão. A autoridade monetária pode usar swaps cambiais, linhas de liquidez e operações definitivas em dólar.
Serra afirmou que a escolha de qual instrumento a ser utilizado no câmbio depende das condições de mercado e da forma como se apresenta a eventual disfuncionalidade a cada momento. “O BC não tem preconceito ou preferência por uso de nenhum dos instrumentos à sua disposição”, salientou.
O diretor lembrou que, em comunicado divulgado na última terça-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que “o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros”.
“As próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavírus (Covid-19) na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária”, salientou Serra, não descartando novas ingerências no dólar.