O Ministério da Saúde comunicou nesta quarta-feira (9) que a suspensão dos testes da fase 3 da vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford não causará qualquer alteração no acordo fechado pelo governo brasileiro.
A farmacêutica informou na última terça-feira (8) ao site especializado em saúde “Stat News” a interrupção dos testes com a vacina por conta de reação adversas sérias registradas em um paciente integrante de estudos no Reino Unido.
Com isso, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, admitiu em entrevista coletiva que ainda não sabe o quanto o cronograma previsto para o imunizante será afetado pela suspensão da última fase de testes. Em princípio, a expectativa do Brasil era iniciar a vacinação a partir do começo de 2021.
De acordo com o secretário, o risco de compra avançada da vacina é “inerente à conjuntura” e se faz necessário, em vista do risco de conseguir doses suficientes depois da aprovação por parte dos órgãos de regulação. O acordo firmado entre a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz, que será responsável pelo imunizante no País, já foi assinado virtualmente por ambas as partes, acrescentou Franco.
É cedo para falar sobre falhas na vacina, diz Saúde
Ainda na entrevista coletiva, os técnicos da equipe do Ministério da Saúde afirmaram que ainda é precoce para realizar afirmações sobre falhas do produto. “É muito cedo para fazer qualquer afirmação sobre falhas. A suspensão dos testes é um procedimento de segurança e um evento natural que precisa ser investigado”, declarou o secretário-executivo.
A vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford é uma das maiores apostas do governo federal no combate à epidemia de covid-19 no Brasil. No início de agosto, o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou medida provisória que liberou um crédito de R$ 1,9 bilhão para garantir a compra de 100 milhões de doses e posterior produção local do imunizante.