Qualquer interferência comercial pode prejudicar Petrobras, diz FMI

Na última sexta-feira (12) o presidente Jair Bolsonaro interviu na alta de 5,7% que a Petrobras queria aplicar sobre o diesel.

A atitude de Bolsonaro implicou numa queda livre das ações da Petrobras, que fechou a sessão da última sexta recuando 8,54% nas ações ordinárias, sendo negociadas a R$ 30, e queda de 7,75% nas preferenciais que passaram a ser negociadas a R$ 25.

FMI sobre a intervenção

Em entrevista coletiva, em Washington, o vice-diretor Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Krishna Srinivasan, falou sobre o cancelamento do reajuste da Petrobras nos preços do diesel.

De acordo com ele, “claramente as perspectivas da Petrobras estavam melhorando, então qualquer tipo de mudança nisso vai enfraquecer a perspectiva daqui pra frente”.

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Quando questionado se a mudança poderia afetar as perspectivas macroeconômicas para o Brasil, o vice-diretor afirmou que “é difícil dizer neste momento como esse fato vai impactar as previsões de crescimento”.

O diretor do Fundo Hemisfério Ocidental do Fundo, Alejandro Werner, afirmou que ainda é preciso avaliar o impacto na Petrobras e na economia nacional. Além disso, Werner disse que uma interferência na operação comercial da empresa pode gerar problemas.

“O que nós vimos é que a Petrobras conduziu um grande esforço para arrumar seu balanço de pagamentos. Avaliamos que esses esforços devem continuar e, nesse sentido, qualquer coisa que impeça a operação comercial saudável da Petrobrás pode gerar alguns problemas [para a empresa]”, afirmou o diretor.

Queda de valor

A queda acentuada no último pregão fez com que a empresa perdesse R$ 32.4 bilhões em valor de mercado. De acordo com a “Economatica”, a estatal passou de R$ 393,89 bilhões de valor de mercado para R$ 361,49 bilhões.

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Mesmo com a perda expressiva, a Petrobras ainda acumula um ganho de R$ 45,4 bilhões em valor de mercado neste ano. A empresa fechou 2018 valendo R$ 316 bilhões.

Renan Bandeira

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