Cerca de 53% dos integrantes da Câmara de Comércio norte-americana de Hong Kong afirmaram estar “muito preocupados” com a nova lei de segurança nacional aprovada pela China na última sexta-feira (29). A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (3).
Além disso, segundo a Câmara, 60% dos membros disseram esperar que a lei prejudique suas operações na cidade semi-autônoma. “Hong Kong foi atingido por um golpe duplo na semana passada”, disse a presidente da Câmara, Tara Joseph, em comunicado.
A lei aprovada pelo congresso chinês proíbe subversão, secessão, terrorismo e interferência estrangeira na cidade. Para o presidente Donald Trump, a decisão viola as liberdades essenciais da cidade, que protagoniza protestos pró-democracia desde o início de 2019.
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Segundo analistas, a interferência chinesa de forma mais assídua na cidade pode ser vista como um desafio ao presidente a Trump, que já havia ameaçado sanções à China por suas intervenções.
Na última quarta-feira (27), a Casa Branca afirmou que não poderá mais reconhecer a autonomia de Hong Kong em relação à China, assegurada desde a entrega da cidade por parte do Reino Unido, em 1997. A decisão do parlamento chinês poderá destravar uma série de retaliações sobre a potência asiática.
O ex-cônsul geral dos EUA em Hong Kong, Kurt Tong, é crítico às medidas dos EUA para começar a revogar o status da cidade.
Quebrar o relacionamento EUA-Hong Kong “prejudicará o povo de Hong Kong e prejudicará os interesses comerciais e de política externa dos EUA — e o fará sem punir muito a China”, disse Tong na última terça-feira (2) no Conselho de Relações Exteriores. “O objetivo de Washington deve ser manter o status quo positivo de Hong Kong, e não ajudar em sua erosão.”
Aproximadamente 1.300 companhias dos EUA atuam na cidade, enquanto 85 mil cidadãos norte-americanos ali residem, um importante centro comercial de bens de consumo e tecnologia.
Confira: China aprova nova lei de segurança sobre Hong Kong e confronta Trump
Cerca de 15% do total da Câmara de Comércio dos EUA na cidade semi-autônoma responderam à pesquisa mostrando-se preocupados com a “ambiguidade no escopo e aplicação da lei”. Outros demonstraram dúvidas acerca da manutenção do local como centro de negócios global, potencial de exacerbação das tensões sociais na cidade e ameaças potenciais ao judiciário independente da cidade.
No entanto, 70% dos entrevistados afirmaram que não pensam em deixar as operações de Hong Kong. Alguns, inclusive, expressaram apoio à lei chinesa, argumentando que ela ajudaria a interromper os protestos populares pró-democráticos.
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