Até o fim desta semana, a unidade de InterCement, cimenteira do Grupo Camargo Correa – agora chamado Mover – deve protocolar o seu IPO (Oferta Pública Inicial de Ações), sendo uma oferta majoritariamente secundária, com os recursos indo para os atuais acionistas. As informações são do jornal o Estado de S. Paulo.
O controlador pretende levantar um montante aproximado de US$ 1 bilhão, o que corresponderia a uma oferta ao redor de R$ 5 bilhões. Para esse objetivo, irá vender uma fatia na unidade brasileira, a depender da avaliação do valor da empresa na oferta.
Esse pedaço da companhia pode chegar a 49% da cimenteira, que no ano passado registrou geração de caixa (medida pelo Ebitda) de R$ 683 milhões. A oferta tem o Bradesco BBI (BBDC4) como coordenador-líder e outros três coordenadores:
- Itaú BBA (ITUB4)
- UBS BB (UBSG34)
- Bank of America (BOAC34)
Os recursos serão usados para reduzir a dívida da sua controladora, a InterCement Global, que tem operações em diversos países, como Moçambique, Egito, África do Sul e Argentina.
No quarto trimestre de 2020, a companhia, cuja detentora é o grupo Mover, apresentou uma dívida bruta de US$ 1,6 bilhão.
CSN Cimentos formaliza IPO
A CSN (CSNA3) formalizou seu pedido de IPO da CSN Cimentos, controlada da companhia. A informação foi divulgada por meio de um fato relevante na noite da última segunda-feira (17), e a oferta deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões.
Segundo a CSN, a oferta das ações de sua controlada foi aprovada em assembleia geral extraordinária de acionistas na última sexta-feira (14). A CSN Cimentos deve ser listada no Nível 2 de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Com a saída da LafargeHolcim do mercado, a expectativa é de que ambos os IPOs tenham uma perspectiva positiva.
Ainda não foram divulgados os termos e condições do IPO, como a quantidade de ações a serem ofertadas, preço por ação e datas do processo de abertura de capital. A companhia siderúrgica, inclusive, ressaltou que a oferta está sujeita às condições dos mercados de capitais nacional e internacional, e aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Camargo Correa já estudava IPO desde 2018
A InterCement, já estudava as condições para uma possível abertura de capital de suas operações, reunindo ativos na Europa (Portugal) e África (África do Sul, Moçambique e Egito), desde 2018.
À época, os acontecimentos relativos à Operação Lava-Jato eram efervescentes nos negócios da Camargo Correa, já que a holding havia firmado acordo de leniência com a justiça. Na ocasião o Grupo Camargo Correa vendeu a participação CPFL Energia (CPRE3) e na Alpargatas (ALPA3).