Intel pode parar de produzir seus próprios chips, diz CEO
O diretor executivo da Intel (NASDAQ: INTC), Bob Swan, afirmou na última quinta-feira (23) que a maior companhia de semicondutores do mundo pode parar de fabricar seus próprios chips.
Medidas de terceirização, atualmente, são comuns no setor que movimenta US$ 400 bilhões (cerca de R$ 2,08 bilhões). Apesar disso, a Intel sempre combinou o design de chips com a produção interna e, até recentemente, planejava fabricar processadores para outras empresas.
“Na medida em que precisamos usar a tecnologia de processo de outra pessoa e recorremos a planos de contingência, estaremos preparados para fazer isso”, afirmou o CEO da companhia de tecnologia, em teleconferência com analistas, após a empresa alertar sobre outro processo de produção atrasado.
“Isso nos dá muito mais opcionalidade e flexibilidade. Portanto, no caso de um deslize do processo, podemos tentar algo em vez de fazer tudo sozinhos”, acrescentou Swan.
A combinação entre design e fabricação ajudou a Intel por quase cinco décadas a melhorar os dois lados de sua operação. No entanto, o design tem peso limitado no desempenho de semicondutores, enquanto a produção é essencial para assegurar que os componentes possam armazenar mais dados, processar mais informações e consumir menos energia.
A Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), por exemplo, conseguiu focar seus negócios somente na fabricação e terceirizar o design para outras empresas. Com isso, suas fábricas superar a Intel em recursos e isso ajudou rivais da norte-americana a melhorarem seu desempenho.
Nova tecnologia de chips da Intel está 6 meses atrasada
A Intel informou na última quinta-feira que sua tecnologia de chips de 7 nanômetros está com seis meses de atraso. O anúncio representa um forte golpe para a companhia que enfrentou por anos estouros de cronograma dos atuais chips de 10 nanômetros.
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A fabricante é a principal fornecedora de processadores para computadores e data centers, porém os rivais Nvidia e TSMC desafiam a lógica de seu modelo de negócios como projetista e produtora de seus próprios chips.
A notícia do atraso impôs pressão sobre as ações da empresa, assim como sobre Swan, que teve de se esquivar de uma série de perguntas na teleconferência sobre as consequências financeiras e os planos da fabricante para contornar o problema.
Um caminho apontado pelo diretor executivo da Intel foi a terceirização de parte de sua operação. A flexibilidade “não é um sinal de fraqueza”, afirmou Swan, quando encerrou a teleconferência.