A Infracommerce (IFCM3) estreou na Bolsa de Valores de São Paulo em campo positivo nesta terça-feira (4). Em sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), as ações da empresa abriram em alta de 2,37%, negociadas a R$ 16,37 por volta das 10h23.
Após ter desistido de abrir capital na semana passada, a Infracommerce definiu o valor de R$ 16 por papel. Inicialmente, a faixa indicativa ia de R$ 22 e R$ 28, mas passou a ser de R$ 16 a R$ 16,80, com a empresa precificando as ações no novo piso. Com isso, o IPO movimentou R$ 870 milhões, mesmo em meio às incertezas do mercado nas últimas semanas.
A oferta consistiu na emissão primária de 54,37 milhões de ações ordinárias, podendo ser acrescida com um lote suplementar de 8,15 milhões de papéis em até 30 dias. O capital social da empresa passa a ser de R$ 942,12 milhões a partir da listagem das ações.
Kai Philipp Schoppen, um dos fundadores e atual CEO da empresa, irá se desfazer de parte significativa da posição que detém na pessoa física. A companhia será listada no Novo Mercado, mais alto nível de governança corporativa da B3.
A companhia que realiza a operação de e-commerce de gigantes como Ambev (ABEV3), Nike (NIKE34) e Motorola prevê utilizar os recursos líquidos da oferta da seguinte forma:
- Aquisições estratégicas para expandir sua oferta tecnológica e logística (75%);
- Investimentos em capex, pesquisa e desenvolvimento (P&D), e despesas comerciais visando acelerar o seu crescimento orgânico (21%).
- Pagamento de dívidas (4%).
Os coordenadores da operação foram Itaú, BTG Pactual, Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Sumário da Infracommerce
A Infracommerce é uma companhia de soluções digitais voltada para o e-commerce com foco no consumidor final pessoa física ou outras empresas na América Latina.
O “ecossistema de soluções digitais integradas compõe um ‘white-label digital ecosystem’ para marcas e indústrias terem controle sobre suas jornadas de digitalização do go-to-market por meio de uma experiência ao consumidor excepcional”, diz a empresa em seu prospecto arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O modelo de negócio da empresa tem foco em elevar a presença on-line e melhorar o posicionamento da marca dos clientes. Além do Brasil, a companhia também possui atuação no México, Colômbia, Chile e Argentina.
A companhia é uma investida da Iguatemi (IGTA3), dentro do seu programa de investimento em venture capital e segundo cálculos da XP, pode destravar valor para a empresa de shopping entre 6% e 7%.
No ano passado, a Infracommerce obteve uma receita líquida de R$ 236 milhões, ante R$ 138 milhões no ano anterior. Foram R$ 4,6 bilhões em volume bruto de mercadoria (GMV, na sigla em inglês) para os clientes, contra R$ 2,98 bilhões em 2019.