Infracommerce (IFCM3): após follow-on, empresa quer evoluir em países considerados promissores, diz CFO
A Infracommerce (IFCM3), empresa de full-commerce atuante em vários países da América Latina e que recentemente levantou R$ 400 milhões em uma oferta subsequente de ações (follow-on), quer evoluir ainda mais seu modelo de negócio em países considerados promissores, como México e Panamá, como explica Fábio Bortolotti, diretor-financeiro (CFO) da companhia, em entrevista exclusiva ao Suno Notícias.
“Estamos em 9 países, mas têm dois muito promissores. Um é o México. Estamos muito pequenos para o potencial que temos. A gente não faz nem 10% da receita lá e poderia ser facilmente 20%, 30%, da companhia. Bancarização, por exemplo, é um nicho que o país está evoluindo. E aí eu diria que esse é o que tem mais potencial, porque conforme você vai fazendo essas microevoluções no e-commerce, ele tende a crescer muito”, diz o CFO da Infracommerce.
“Um outro que nós ainda estamos começando com alguns clientes é o Panamá. O país que é um hub de negócios, e tem muitos distribuidores de marcas importadas”, acrescenta Fábio Bortolotti.
Além dos dois países citados, a Infracommerce atua ainda em locais como Colômbia, Chile, Argentina, Panamá, Peru e Uruguai. “Tem alguns clientes nossos que pedem para a gente ir para Portugal, Ásia, mas a gente nunca topou porque a gente tem um foco muito grande na América Latina”, aponta Bortolotti.
Com o objetivo de digitalizar canais de vendas, a Infracommerce possui clientes nos mais variados setores, tanto no e-commerce B2C – que envolve a indústria de varejo de moda, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e bebidas, por exemplo – quanto no B2B, como supermercados, lojas de conveniência, dentre outros.
No quarto trimestre de 2023, a Infracommerce teve um lucro líquido de R$ 110,7 milhões, queda de 6,2% frente aos R$ 118,0 reportados no mesmo período de 2022.
A receita líquida da Infracommerce chegou a R$ 268,5 milhões no 4T23, “considerando o ajuste de R$ 60 milhões referente ao efeito macroeconômico da Argentina. Desconsiderando esse efeito, o crescimento foi de 25,5% em relação ao 4T22”, detalha a companhia no relatório de resultados.
Já o Ebitda ajustado da Infracommerce ficou em R$ 64 milhões no quarto trimestre de 2023, aumento de 48,5% frente aos R$ 43,1 milhões reportados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, também avançou 7,4 pontos percentuais (p.p), para 23,8%.
Empresa levantou R$ 400 milhões em follow-on em 2023; relembre
Em meados de dezembro do ano passado, a Infracommerce levantou R$ 400 milhões em uma oferta subsequente de ações (follow-on), com o objetivo de pagar os empréstimos e investir na evolução do negócio da empresa, melhorando os serviços, sistemas e tecnologia, além de gerar mais benefícios para os clientes.
A empresa explicou no último balanço de resultados, referente ao 4T23, que destes R$ 400 milhões captados no follow-on da Infracommerce, parte foi direcionada para o reforço do caixa e parte direcionada para o pagamento de parcelas de M&A.
“Nós ainda temos uma captação a fazer ao longo desse ano, que poderia ser algo entre R$ 100 e R$ 200 milhões. Depende um pouco de onde vai estar o papel na época e da janela que a gente definir”, explica Bortolotti.
Ainda para o CFO, um possível corte da taxa Selic, que pode ser confirmado nesta quarta-feira (20) em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), pode ajudar nos negócios da companhia. Atualmente, a taxa de juros está em 11,25% ao ano.
“Vai ajudar bastante. Temos bastante dívida atrelada ao CDI, então qualquer corte na Selic tem impacto bastante importante para nós. Até porque a gente, em questão de breakeven operacional, o que falta agora são os juros da dívida. Então quanto menores eles forem, mais rápido a gente vai para esse caminho de lucro líquido“, ressalta Fábio.
Desempenho das ações de Infracommerce (IFMC3):
No mês, as ações ordinárias de Infracommerce caem 12,4%, e no acumulado do ano, o recuo é de 35,13%.
Cotação IFCM3