Nesta sexta-feira (9), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, mostrou uma retração de 0,36% no acumulado do mês de agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado da inflação veio um pouco acima da expectativa do Inter Research que era de uma retração de 0,40%. “Apesar da deflação, a abertura dos dados ficou um pouco aquém do esperado, com núcleos em alta e repique na inflação de bens como artigos e vestuário”, disse a head de research Rafaela Vitória.
Segundo ela, a variação negativa da inflação em agosto foi puxada pela redução dos preços dos combustíveis, principalmente da gasolina, em -11%.
A “boa notícia”, segundo o Inter, foi a desaceleração da inflação de alimentos em domicílio, que era 1,47% em julho e caiu para 0,01% em agosto.
Além disso, houve desaceleração na inflação de serviços, 0,8% para 0,28%, com impacto da redução nas passagens aéreas, e nos serviços subjacentes.
No acumulado dos últimos 12 meses, o setor de serviços viu o índice subir 8,7%. A expectativa do Inter é que o indicador siga um processo de desinflação mais lenta ao longo dos próximo ano e deve ser um ponto de atenção para a política monetária.
Expectativa do Inter para a inflação
O Inter avalia que o comportamento da inflação em agosto não trouxe surpresas para ele, o que deve confirmar a expectativa de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% na próxima reunião do Cômite de Política Monetária (Copom) neste mês de setembro.
“Esperamos a manutenção da Selic e um comunicação indicando que as taxas permanecerão elevadas por um período longo”, diz Vitória.
A analista vê que em 2023, após as eleições e com o cenário de orçamento público sem crescimento significativo de gastos, a inflação deve seguir em tendência de queda. A queda deve ser beneficiada com a redução das commodities no mercado internacional e dos juros em patamar restritivo.