Inflação do produtor nos Estados Unidos sobe 0,6% em abril ante março, o dobro do esperado
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,6% em abril ante março, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, com ajustes sazonais, nesta quinta-feira (13). A expectativa de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal era de uma inflação de 0,3% no período.
Já o núcleo do PPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, subiu 0,7% na comparação mensal de abril. Neste caso, a projeção também era de uma inflação menor, de 0,4%.
Na comparação anual, o PPI teve alta de 6,2% em abril contra o mesmo período do ano passado, a maior medida desde que o indicador começou a ser calculado, em novembro de 2010. Nesta base comparativa, o núcleo do índice avançou 4,6%, também a maior variação na série histórica iniciada em agosto de 2014.
Os preços aos produtores não são repassados automaticamente aos preços aos consumidores, mas as leituras do índice tendem a ser consistentes com as tendências de outras medidas importantes de inflação.
Inflação pressiona mercados
A preocupação com o aumento da inflação norte-americana pesou sobre os mercados nos últimos dias. Os preços aos consumidores em abril ficaram mais altos que as expectativas de Wall Street. O índice subiu 4,2% em comparação ao mesmo período de 2020, maior aumento em 12 meses desde 2008.
Em uma base trimestral, os preços em abril subiram 0,8% ante março, sendo que as projeções giravam em torno de 0,2%. O índice mede quanto os consumidores pagam por bens e serviços, incluindo roupas, mantimentos, refeições em restaurantes, atividades recreativas e veículos.
Os investidores se mostram nervosos e desconfiam da ideia do Federal Reserve (Fed) que de as pressões inflacionárias são passageiras ou transitórias. O medo por inflação tem impactado o apetite por risco dos mercados acionários, sobretudo em relação às empresas de alto crescimento.
A Nasdaq, Bolsa puramente de tecnologia, vem de três pregões consecutivos em queda, uma baixa acumulada de mais de 5%. Caso a inflação norte-americana pressione o Fed a elevar a taxa de juros antes do esperado, o custo de capital e dessas empresas tende a aumentar, diminuindo os múltiplos atuais.
Com informações do Estadão Conteúdo.