Inflação: Passagem aérea tem o preço mais alto em quase 10 anos
O brasileiro está pagando o maior preço em passagens aéreas desde dezembro de 2012. A média do preço da passagem aérea no mercado doméstico, em maio deste ano, foi 22% superior ao mesmo dado em maio de 2019, atingindo R$ 682,60, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Desde maio de 2021, o preço médio do bilhete subiu 48,5% e a tarifa mensal é a mais alta desde dezembro de 2012, segundo informações do Valor.
O principal motivo para a alta no preço final das passagens aéreas é o querosene de aviação (QAV), que representa um terço dos custos das empresas aéreas.
Nos últimos meses, desde o estouro do conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, os preços das commodities dispararam, dentre eles, o do petróleo, um dos componentes do querosene de aviação. Consequentemente, o insumo subiu 59% entre janeiro e maio deste ano e 137,8% na comparação de maio com o mesmo período de 2019. O ano de 2019 é conhecido como o período “pré-pandemia”.
Passagem aérea: Azul teve o maior aumento de tarifa média
A Azul (AZUL4) foi a companhia aérea que teve o maior aumento de tarifa média ante 2019, de 26,97%, para R$ 777,75 em maio. Enquanto a Gol (GOLL4) contou com um elevação de 19,34%, para R$ 641,89 e, a Latam, 15,21%, para R$ 620,62. Todos os valores foram ajustados pelo IPCA (índice de preços ao consumidor) até maio deste ano.
Segundo dados da Anac, no mês de maio, 21,2% dos bilhetes foram vendidos por até R$ 300,00, cerca de 45% foram comercializados abaixo de R$ 500,00 e 7% custaram mais de R$ 1.500,00 em voos domésticos.
No mesmo período, 24% tiveram como destino o estado de São Paulo, 9%, o Rio de Janeiro, 6,4%, o Paraná, 6,1%, Minas Gerais e 5,8%, o aeroporto de Brasília.
Enquanto isso, a tarifa média vendida para se voar um quilômetro no Brasil – também conhecida como yield – atingiu R$ 0,5365, alta de 12,33% frente a maio de 2019.
Essa distorção entre o aumento na tarifa média de passagem aérea e o yield aconteceu porque neste ano houve maior demanda por rotas mais longas, e menos demanda por rotas mais curtas. Assim, o preço médio da passagem acaba subindo e o yield não acompanha na ponta do lápis, segundo informações do Valor Econômico.