O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos, um dos principais indicadores de inflação nos EUA, ficou estável em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta-feira, 12, pelo Departamento do Trabalho. O resultado veio abaixo da mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,1%.
“O dado do CPI hoje é mais uma sinalização de que aceleração de preços no primeiro trimestre ficou pra trás. Vínhamos observando sinais de desaquecimento no mercado de trabalho, imóveis e serviços, mas o dado que realmente importa é o CPI. E hoje ele mostrou que a história de desaceleração é a mais provável”, diz Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos
Apenas o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, subiu 0,2% na comparação mensal de maio, igualmente abaixo do consenso do mercado, de acréscimo de 0,3%.
Na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 3,3% em maio, desacelerando levemente frente ao aumento de 3,4% de abril. Já o núcleo do CPI teve incremento anual de 3,4% no mês passado, perdendo força ante o acréscimo de 3,6% de abril.
As leituras anuais do CPI em maio ficaram abaixo das expectativas, de +3,4% para o índice cheio e de +3,5% para o núcleo.
Após o dado, a expectativa fica por conta da decisão de juros do Federal Reserve, a ser realizada nesta tarde, além do discurso do presidente da autarquia, Jerome Powell.
“Nossa opinião é que o Fed não vai baixar a guarda no discurso à tarde. Deve continuar adotando tom cauteloso aguardando uma sequência maior de CPIs futuros para sinalizar a eminência de uma queda de juros. Mercado ainda está dividido entre uma ou duas quedas neste ano. Com os dados do CPI de hoje, algumas opiniões começam a falar em três quedas”, afirma Saadia.
O especialista complementa dizendo que esse contexto de arrefecimento da inflação nos EUA pode favorecer o Brasil, “que deve experimentar menos pressão altista no dólar nos próximos meses”.
Com Estadão Conteúdo