Inflação nos EUA: CPI sobe 0,1% em agosto; base anual tem alta de 8,3%
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), a inflação nos Estados Unidos, subiu 0,1% em agosto ante julho, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta terça-feira (12) pelo Departamento do Trabalho. O resultado contrariou a mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de queda de 0,1% para o mês passado.
Apenas o núcleo da inflação nos EUA, que exclui os preços de alimentos e energia, mais voláteis, avançou 0,6% na comparação mensal de agosto, bem acima do consenso do mercado que apontava para alta de 0,3%.
Na comparação anual, a inflação norte-americana subiu 8,3% em agosto, desacelerando em relação ao ganho de 8,5% de julho, mas acima das expectativas. O mercado projetava uma alta de 8,0% para a base anual. Já o núcleo do CPI teve incremento anual de 6,3% em agosto, acelerando em relação a julho e igualmente acima da projeção de analistas, de aumento de 6,1%.
Com inflação nos EUA, mercado projeta elevação de 1 p.p. nos juros
Os juros futuros abriram perto da estabilidade nesta terça-feira (13), adotaram viés de alta em seguida, e há pouco renovaram máximas em reação ao CPI norte-americano mais forte do que o esperado.
Há pouco, o monitoramento do CME Group apontava 88% de chance de alta de 0,75 ponto percentual (p.p.) nos juros dos EUA neste mês. Antes da divulgação do dado da inflação nos EUA, a estimativa era de 86%.
Após a surpreendente alta do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em agosto, o mercado financeiro passou a precificar 22% de chance de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) suba juros em 1 p.p. na semana que vem. O número consta na plataforma de monitoramento do CME Group.
Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital, observa: “Os números do CPI superaram as projeções do mercado, o que, na minha opinião, mostra um cenário ainda volátil, no qual o Fed ainda precisará promover novos aumentos. Havia certa expectativa de uma diminuição no ritmo, mas ainda acredito em um novo aumento de 75 bps para setembro e, para o trimestre final do ano, ajustes entre 50 e 25 bps. Tudo me leva a crer que vamos conviver com esse patamar de juros nos EUA durante todo 2023, começando a diminuir somente em 2024.”
O time de análise do BTG comenta: “Após a divulgação do núcleo do CPI bem acima do esperado para o mês de agosto e uma composição bem desfavorável, revisamos nosso call de elevação do juro americano (fed funds rate) para os próximos meses: +75 bps em setembro; +75 bps em novembro; + 50 bps em dezembro; +25 bps em fevereiro. Com isso, a taxa encerra 2022 entre o intervalo de 4,25-4,50% (mid-point em 4,38% vs 3,6% anteriormente) e faz seu pico entre 4,50%-4,75% (4,63% mid-point vs 3,9% anteriormente). Além disso, o Fed deve manter os juros em níveis restritivos por mais tempo.”
Antes do dado de inflação nos EUA, a ferramenta não indicava possibilidade de elevação de um ponto percentual e o cenário de avanço de 0,75 p.p. chegava a 90%. Com a alta da inflação, a probabilidade de alta de 0,75 p.p. caiu a 78%.
Com informações do Estadão Conteúdo