O IPCA-15, indicador que antecede a inflação oficial, registrou uma alta de 0,54% em outubro, superando as expectativas do mercado, mostrando uma condição inflacionária persistente. Os dados vieram piores do que o esperado, gerando preocupações sobre a trajetória da inflação nos próximos meses.
Tanto a AZ Quest quanto a XP sinalizam um cenário inflacionário desafiador, indicando que as pressões de preços e a necessidade de políticas monetárias mais rigorosas, com alta dos juros, devem continuar em evidência. A projeção da XP é ainda maior que da AZ Quest, com a Selic em 12% até ano que vem.
Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, enfatizou que a alta dos serviços subjacentes foi notável, registrando 0,56%, contrastando com a projeção de 0,33%.
Barbosa fez uma revisão de sua expectativa para o IPCA para o final de outubro, prevendo agora uma alta de 0,55% em vez de 0,60%.
Principalmente no segmento de seguros de veículos, que registraram alta de 3,64%, além da parte de alimentação fora do domicílio, que registrou a alta de 0,66% contra 0,39% do esperado.
“Os números aumenta o nível de preocupação com a inflação, no momento em que os indicadores de alimentação, os preços, as coletas de alimentação têm piorado na margem”, comenta o economista.
Além disso, a projeção para o IPCA neste ano foi mantida em 4,60%, mas com riscos assimétricos para cima.
Para a taxa Selic, a AZ Quest prevê um aumento de 0,50% na próxima reunião do Banco Central, ressaltando a preocupação com a inflação que se mantém acima da meta.
Com os dados do IPCA-15, taxa Selic pode subir acima do esperado
Alexandre Maluf, economista de inflação da XP, também observou os dados ruins do IPCA-15, principalmente nas categorias de alimentação.
Maluf notou que a alta no índice de serviços foi significativa, subindo 0,59% contra a expectativa de 0,44%. Ele apontou que os núcleos de inflação estão acelerando, com uma mudança de 4% para 4,2%.
As projeções da XP ajustaram a expectativa de IPCA para 4,6% neste ano, podendo ser revista para cima nas próximas semanas, com o tracker da XP indicando agora um IPCA de 4,8%. Para 2025, a projeção é de 4,1%.
No que diz respeito à taxa Selic, a XP antecipa duas altas de 0,50% até o final do ano e uma de 0,25% em janeiro, totalizando 12%, embora o viés seja de que o Banco Central possa ter que ir além para garantir a convergência da inflação à meta.
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