IPCA sobe 0,56% em março; qual a visão dos especialistas sobre a inflação?
O IPCA, índice oficial de inflação do Brasil, fechou março com alta de 0,56%, ante uma elevação de 1,31% em fevereiro, informou na manhã desta sexta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na visão dos analistas do mercado, a inflação segue pressionada, indicando que o ciclo de alta da taxa Selic não chegou ao fim.

O resultado ficou acima da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,54%. O intervalo das estimativas ia de 0,46% a 0,59%.
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,04%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,48%, número também levemente acima da mediana das projeções do mercado (5,46%), que iam de 4,83% a 5,52%. O índice segue acima do teto da meta de inflação contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%.
O que dizem os especialistas sobre o IPCA de março?
Na visão de Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, a parte dos serviços segue bastante pressionada, elevando a inflação. O especialista ressalta que os fundamentos da inflação seguem bastante pressionados e novamente esse número de hoje corrobora essa tese.
Mesmo com um IPCA menor em março em comparação com fevereiro, o número de hoje é considerado preocupante. A AZ Quest segue com uma projeção de 5,5% para a inflação no fechamento de 2025, bem acima da meta de 3%, com um limite máximo de 4,5%.
De igual modo, Tatiana Pinheiro, economista-chefe e sócia da Galapagos Capital, comenta que a inflação de março não alivia as pressões sobre o BC, indicando a necessidade de continuidade do aperto monetário na próxima reunião do Copom, em maio.
A gestora acredita em uma alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros, que elevará a Selic para 15%. “Acreditamos que esse será o encerramento do ciclo”, comenta.
Com Estadão Conteúdo