Os itens mais consumidos na épocas das festas juninas tiveram aumento de 13,12% nos últimos 12 meses, ultrapassando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. A inflação ao consumidor, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPC-M), ficou em 10,08% no mesmo período.
De acordo com o economista e pesquisador da FGV, Matheus Peçanha, o Brasil passou por choques climáticos consecutivos praticamente desde 2020. “As chuvas torrenciais nos meses de verão impactaram quase todas as culturas de hortifrutis. Por isso, houve uma escalada de preços absurda nos últimos quatro ou cinco meses de itens tão básicos”, explicou o economista do FGV IBRE.
O levantamento avaliou 27 itens alimentícios da cesta do IPC. Os dados apontam que alguns dos itens favoritos das festas correm o risco de ficarem escassos. A batata-inglesa e a couve subiram 71,35% e 29,34%, respectivamente, enquanto o açúcar refinado, a maçã e o açúcar cristal subiram 42,02%, 28,68% e 26,8%.
De toda a cesta, somente dois produtos tiveram queda no preço durante o período pesquisado: o leite de coco (-2,36%) e o arroz (-8,98%).
Confira as demais variações de preços de produtos acima da inflação:
- Milho de pipoca: +20,95%
- Leite longa vida: +18,03%
- Farinha de trigo: +16,78%
- Aipim/mandioca: +16,03%
- Fubá de milho: +15,63%
- Ovos: +15,1%
- Batata doce: +13,83%
- Milho em conserva: +12,08%
- Queijo minas: +11,23%
- Leite condensado: +10,67%
- Linguiça: +10,1%
“Muitos desses produtos não têm substitutos para quem quer seguir a receita tradicional. Então a principal dica para driblar o impacto no bolso do consumidor é pesquisar preços, dar preferência a marcas menos conhecidas ou reunir um grupo maior e comprar no atacado para conseguir descontos maiores”, disse Peçanha, em nota.
Nos EUA, índice da inflação tem em maio salto anual de 8,6%, o maior desde 1981
Além da divulgação do IPC-M nesta sexta-feira (10), os resultados do índice de inflação dos Estados Unidos também surpreenderam: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 1,0% em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais, pelo Departamento de Trabalho do país.
O resultado representa uma forte aceleração da inflação dos EUA em relação à alta de 0,3% no mês anterior e superou a previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que estimavam avanço de 0,7%.
O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, aumentou 0,6% na comparação mensal de maio, a mesma variação registrada em abril. Neste caso, o consenso do mercado também apontava para acréscimo menor da inflação dos EUA, de 0,5%.
O aumento de preços nos EUA é o ponto principal de atenção dos mercados porque o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) está elevando as taxas de juros e cortando seu balanço patrimonial para tentar conter a escalada dos preços.
Na comparação anual, o CPI dos EUA deu um salto de 8,6% no mês passado, no maior nível desde dezembro de 1981, após ganho de 8,3% em abril.
“Embora quase todos os principais componentes tenham aumentado ao longo do mês, os maiores contribuintes foram os índices de moradia; passagens aéreas; carros e caminhões usados; e veículos novos. Os índices de cuidados médicos; móveis e operações domésticas; recreação; e vestuário também aumentaram em maio”, informou o Departamento do Trabalho sobre a inflação dos EUA.