O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 1,0% em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta sexta-feira (10), pelo Departamento de Trabalho do país. O resultado representa uma forte aceleração da inflação dos EUA em relação à alta de 0,3% no mês anterior e superou a previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que estimavam avanço de 0,7%.
O núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, aumentou 0,6% na comparação mensal de maio, a mesma variação registrada em abril. Neste caso, o consenso do mercado também apontava para acréscimo menor da inflação dos EUA, de 0,5%.
O aumento de preços nos EUA é o ponto principal de atenção dos mercados porque o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) está elevando as taxas de juros e cortando seu balanço patrimonial para tentar conter a escalada dos preços.
“Vale pontuar que o índice apenas ajudará a reforçar perspectivas de quão célere deverá ser o avanço praticado pela autoridade monetária americana, ou seja, nem se cogita a possibilidade de manter o ritmo em 25bps ou até mesmo interrupções ainda esse ano, principalmente depois das declarações da vice-presidente, Brainard”, disse o analista da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Na comparação anual, o CPI dos EUA deu um salto de 8,6% no mês passado, no maior nível desde dezembro de 1981, após ganho de 8,3% em abril.
Já o núcleo teve elevação anual de 6,0%. Os analistas esperavam que a alta fosse de 8,3% para o indicador cheio e de 5,9% para o núcleo.
O índice que mede os preços de energia disparou 34,6% em maio ante igual mês de 2021, maior valor desde setembro de 2005.
Já o de alimentos subiu 10,1%, primeira alta de dois dígitos desde março de 1981.
“Embora quase todos os principais componentes tenham aumentado ao longo do mês, os maiores contribuintes foram os índices de moradia; passagens aéreas; carros e caminhões usados; e veículos novos. Os índices de cuidados médicos; móveis e operações domésticas; recreação; e vestuário também aumentaram em maio”, informou o Departamento do Trabalho sobre a inflação dos EUA.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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