Inflação nos EUA fica estável em julho; taxa anual desacelera a 8,5%

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ficou estável em julho em relação ao mês anterior, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho norte-americano. O resultado da inflação nos EUA veio abaixo da mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta de 0,2%.

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Na comparação anual, a inflação nos EUA subiu 8,5% em julho, desacelerando em relação ao ganho de junho e vindo também abaixo das expectativas, de alta de 8,7%. Em junho, o índice de preços ao consumidor acelerou 1,3%, acumulando 9,1% em 12 meses, em maior patamar de inflação nos Estados Unidos em 41 anos.

Apenas o núcleo do CPI, que exclui os preços de alimentos e energia, que costumam ser mais voláteis, avançou 0,3% na comparação mensal de julho. Neste caso, o consenso do mercado era de acréscimo de 0,5%.

No acumulado anual, o núcleo da inflação norte-americana teve alta de 5,9% em julho, repetindo a variação de junho e igualmente aquém da projeção de analistas, de aumento de 6,1%.

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Inflação nos EUA: queda no preço da gasolina aliviou pressões

O CPI norte-americano ficou estável no mês de julho com o alívio no preço da gasolina, que recuou 7,7% e compensou as altas nos índices de alimentação e residência, segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.

Carlos Vaz, CEO da Conti Capital, analisa: “Os preços ao consumidor dos EUA arrefeceram drasticamente em julho, registrando a taxa de inflação mensal mais lenta desde o início da pandemia. De fato, os preços permaneceram praticamente inalterados em relação ao mês passado.”

Vaz complementa: “Embora a guerra contra a inflação esteja longe de acabar, há razões para otimismo com base nos inúmeros indicadores que acompanhamos em tempo real, incluindo preços de commodities, os gastos dos consumidores, o ritmo da cadeia de suprimentos e do mercado de trabalho, entre outros. Se as tendências atuais persistirem, o Federal Reserve pode encontrar mais flexibilidade na orientação dos EUA para um pouso suave da economia.”

Para Fabio Fares, especialista em macroeconomia da Quantzed, o CPI veio muito melhor do que qualquer um esperava, com alta de 8,5%, em desaceleração na comparação à alta de 9,1% em junho. “Percebemos que gasolina e petróleo foram as principais categorias que ajudaram nessa queda da inflação nos EUA. Já a categoria de alimentos ainda está bem alta. Comida em casa continua pressionada, assim como os dados do IPCA mostraram em relação à inflação no Brasil”, observou.

Fares vê a estabilidade da inflação nos EUA como um alívio para a próxima decisão de política monetária do Federal Reserve, o banco central norte-americano, em setembro. “Esses números tiram da mesa a chance de elevação pelo Fed nos juros de 0,75 p.p”, aponta.

Com Estadão Conteúdo

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Beatriz Boyadjian

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