Inflação nos Estados Unidos avança; o que dizem os especialistas?

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, em inglês) dos Estados Unidos, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,4% em fevereiro ante janeiro, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Comércio nesta sexta-feira (28). O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

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A alta dos preços corrobora a visão recente do Fed de “esperar para ver”, e adotar posição mais observadora na condução da política monetária, explica José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos. Os índices de sentimento de mercado, têm registrado ampla deterioração nos últimos dois meses, e já desempenham papel significativo nas expectativas de inflação à frente. 

O mercado vinha apostando que o Fed poderia cortar os juros já no meio do ano, mas essa alta do PCE, ainda que leve, pode levar o banco central norte-americano a ser mais cauteloso, comentou Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. Se a inflação continuar resistente nos próximos dados, os cortes de juros podem demorar mais ou acontecer de forma mais gradual do que o esperado, destaca.

Na comparação anual, o núcleo do PCE teve alta de 2,8% em fevereiro, também acima do consenso da FactSet e apresentando uma aceleração ante o avanço registrado em janeiro, de 2,7% em ambos os casos.

Oportunidades de investimentos em meio à inflação e volatilidade do mercado

Segundo relatório da Investo, gestora de ETFs, a constante turbulência nos mercados globais afeta o planejamento de investimento para 2025, abalando o sentimento geral em relação ao mercado de ações, principalmente nos EUA.

Com as dúvidas referentes às taxações do governo Donald Trump aos diferentes países do mundo, os mercados estão mais voláteis. 

O relatório cita o Bank of America Corp, afirmando que em meio à guerra tarifária, um grande fluxo vendedor de ações americanas tornou-se recorrente. Ativos do tesouro americano têm valorizado acima da média neste ano, enquanto ouro e dívida corporativa estão entre os ativos que lideram os ganhos.

Neste aspecto, os investidores posicionados em ativos no exterior podem se proteger da volatilidade dos mercados. A gestora cita o ETF USDB11, que  representa o mercado de renda fixa americana de prazo intermediário, com mais de 10.000 títulos com maturidade acima de um ano.

Outros ETFs que seguem diferentes índices do mercado internacional, seja de renda variável ou renda fixa, são possibilidades de diversificação de investimentos em meio às incertezas econômicas globais. 

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Gustavo Bianch

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