O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, declarou nesta quarta-feira (18), durante evento virtual promovido pelo jornal “Valor Econômico”, que a inflação no Brasil está “absolutamente sob controle”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma hiperinflação no País, o diretor do BC afirmou que a tendência para a inflação em 2020 é que termine abaixo do centro da meta para o ano, de 4,00%.
“Até agora, se estamos tendo alguma dificuldade, é de levar a inflação ao centro da meta no horizonte relevante. Em 2020, a inflação dificilmente vai terminar o ano no centro da meta. Está por volta de 90 basis-points (pontos-base) abaixo do centro da meta”, disse Serra.
“Para 2021, apesar dos comentários, muito pouca gente acha que a gente vai conseguir entregar a meta (cujo centro é de 3,75%). Em 2022, as projeções de mercado estão absolutamente ancoradas no centro da meta (de 3,50%). Até com uma distribuição de frequência, está simétrica para baixo, inclusive para 2022, e as projeções do BC estão 20 basis-points abaixo do centro da meta”, acrescentou.
Além disso, o diretor de Política Monetária do Banco Central acredita que a reação da economia do País no terceiro trimestre do ano foi muito forte, acima das expectativas, devido às medidas tomadas pelo governo durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
“É normal uma desaceleração no quarto trimestre, já que medidas vão terminando e perdendo força ao longo do tempo. A realidade econômica de hoje não é a do início de 2021. Não conseguimos perdurar no tempo com medidas com impacto fiscal, não temos capacidade de mantê-las por um tempo prolongado”, concluiu.
Segunda onda da covid
Segundo Serra, onde uma segunda onda de contágio de covid-19 já está clara, assim como ocorreu na Europa, os ativos financeiros não reagiram como no começo da pandemia. “As condições financeiras não forma apertadas como na primeira onda. Isso pode significar que a estrutura da economia já passou por uma adaptação e está reagindo melhor a essa segunda onda”, declarou.
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Autonomia do BC
Por último, o diretor de Política Monetária do Banco Central reforçou que as mudanças no texto da lei de autonomia da autarquia monetária aprovada pelo Senado não enfraquecem a atuação da instituição.
“O texto aprovado foi muito adequado, com benefícios para a toda a economia, para a curva de juros, para a credibilidade do BC e da economia. Nos aproximamos de economias institucionalmente mais avançadas, o que é desejável”, finalizou.
Com informações do Estadão Conteúdo