Inflação de 0,16% em janeiro ainda preocupa, afirmam especialistas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma alta de 0,16% em janeiro, refletindo desaceleração se comparado aos 0,52% observados em dezembro. Apesar dessa queda, especialistas continuam alarmados com a inflação elevada, pois uma taxa acumulada de 4,83% em 12 meses ainda supera a meta do Banco Central, que visa um controle em torno dos 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

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Embora a desaceleração do IPCA em janeiro tenha trazido um certo alívio, as expectativas permanecem cautelosas, comenta Lucas Barbosa, economista da AZ Quest. “O número de hoje mantém um nível de preocupação em relação à inflação, ao passo que as médias móveis de três meses seguem acelerando”.

O especialista destacou que o núcleo de serviços teve uma variação positiva de 0,78%. Toda a parte de serviços pessoais e estéticos como cabeleireiro, barbeiro, manicure, além de parte de serviços médicos e dentários se mostram bastante pressionados, disse o economista. 

Em sua visão, o Banco Central deve manter a “guarda alta” em relação à inflação, principalmente porque para esse número de janeiro, o BC tinha uma projeção de uma deflação de 0,08%, e o número veio bem acima, acredita Barbosa. 

No âmbito positivo, o recuo expressivo na energia elétrica residencial, que caiu 14,21%, foi um dos principais fatores que contribuíram para essa desaceleração, levando o grupo de Habitação a uma retração de 3,08% e impactando o índice geral em -0,46 ponto percentual. 

Entretanto, esse alívio nos preços de energia não ofusca as altas que ainda afetam outros setores, como Transportes e Alimentação. Enquanto a tarifa de eletricidade teve um efeito positivo, as passagens aéreas e os insumos alimentícios continuam a pressionar o bolso do consumidor, com aumentos significativos em produtos como cenouras e tomates.

Com a inflação ainda em trajetória de alta, a Selic deve subir nas próximas reuniões do Copom

A combinação do cenário atual levanta questões sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou a possibilidade de um novo aumento na taxa Selic para conter a inflação.

Na visão de André Matos, CEO da MA7 Negócios, é provável que o Copom mantenha uma postura firme na política monetária, podendo até elevar a Selic novamente para conter os riscos inflacionários e alinhar as expectativas ao centro da meta. 

O especialista também acredita que as tarifas de Donald Trump e possíveis retaliações podem construir pressões na inflação e contribuir ainda mais para esse cenário. 

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Gustavo Bianch

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