Inflação deve continuar baixa graças a carne, gasolina e energia, diz Itaú
A inflação no Brasil deve continuar abaixo da meta do governo dado ao comportamento mais previsível dos preços da carne, energia e gasolina, de acordo com o Itaú Unibanco. As afirmações foram feitas durante o evento “Macroeconomia em Pauta”, um encontro com o departamento econômico do banco, realizado nesta quarta-feira (19).
Para a instituição financeira, o IPCA (Índice de Preços Amplos), que mede a inflação, deve ficar em 3,3% -abaixo dos 4,5% do centro da meta do governo- e com viés de baixa para o momento.
“Nesse primeiro trimestre, há uma deflação no item da carne, devolvendo parte do choque do ano passado, e esperamos que eles voltem ao nível de preços do ano passado. Por hora, temos algum viés de baixa para essa projeção”, disse Julia Passabom, economista do Itaú Unibanco.
Segundo Mario Mesquita, economista-chefe do banco, a alta do IPCA ao fim do ano passado já perdeu força e não deve impactar mais na projeção de preços.
“Houve um repique no final do ano passado, muito concentrado nos preços da carne, mas isso já teve um arrefecimento. Então não ficamos extremamente preocupados com a alta da inflação no final do ano. Ela ainda está rodando entre 3%, 3,5%”, disse Mesquita.
Além do preço da carne em patamares mais comuns, o reajuste nas contas de energia elétrica deve ser pequeno. O setor, inclusive, manteve bandeira verde (quando o consumidor tem preços menores) em dezembro, ajudando o IPCA a se manter em um patamar baixo.
“Na energia elétrica ainda contemplamos um reajuste pequeno. Isso também é um viés de baixa”, afirmou Passabom.
Em relação ao terceiro item da balança sobre a inflação, a gasolina, o Itaú Unibanco mostrou que as projeções do preço do petróleo estão abaixo do preço real do produto, o que deve fazer com que o choque nos combustíveis seja pequeno. “Não deve ser algo muito relevante, mesmo com um aumento nos preços” completou a economista.