“Inflação” da construção civil registra maior patamar em 28 anos, diz estudo

Em maio, os produtos na construção civil registraram o maior patamar de inflação acumulada em 12 meses dos últimos 28 anos, conforme revelou um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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De acordo com a FGV, o levantamento sobre a inflação na construção civil foi elaborado a partir do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) deste mês.

O Índice de Preços ao Produtor-10 (IPA-10), material e equipamentos para construção, sem frete e sem impostos (porta de fábrica), anotou inflação de 38,66% em 12 meses até maio, segundo o economista responsável pelo estudo, André Braz.

Essa elevação foi recorde dentro do IGP-10, desde 1993, quando foi criado.

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Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), apontou que a inflação de material registrou um aumento para 30,86% em 12 meses até maio, o que também representa um recorde. O índice também considera preços de mão de obra, que não estão subindo tanto quanto os de material, explica Braz.

Além disso, até maio, o INCC-10 acumulou um aumento de 13,49% em 12 meses, ao passo que a mão de obra teve uma alta de 2,98%.

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Causas do aumento da inflação

Braz aponta ainda que apesar desses preços mais altos não serem novidade, já que esse aumento começou a ocorrer desde o ano passado, a magnitude dessa elevação é um ponto a ser analisado.

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O IGP-10 foi criado em 1993, antes do Plano Real, e ainda em momento de hiperinflação, lembra o economista. Mesmo comparado com período anterior ao Plano Real, a taxa do período ainda é superior.

De acordo com ele, as principais causas para a inflação de itens na construção são:

  • Disparada de preços de commodities minerais e metálicas usadas para matérias-primas de produtos no setor;
  • Dólar alto;
  • Aumento de demanda por projetos residenciais, com elevação de procura de material;
  • Alta em preço de fretes;
  • Dificuldades em importação de itens usados no setor, para suprir mercado doméstico

Para Braz, o dólar em alta ajuda na elevação de preços de commodities, já que os preços desses itens são cotados na moeda norte-americana.

Além disso, o economista ressalta que no início deste ano, com o aumento da vacinação contra o coronavírus na Europa e nos Estados Unidos, a economia mundial voltou a se aquecer. “Quando a economia global aquece, a procura por commodities aumenta”, concluiu Braz, sobre a inflação dos itens.

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Rafaela La Regina

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