A inflação em 2018 cresceu em todos os segmentos de renda, mas foi maior para as classes mais altas. A única exceção foi o mês de dezembro, quando a baixa renda foi quem mais sentiu. Os dados foram divulgados nesta terça (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A inflação para a classe de renda muito baixa foi de 3,54%, enquanto para a classe de renda muito alta a taxa chegou a 3,92%.
Contribuíram para a alta geral dos preços principalmente dois fatores, de acordo com o Ipea:
- O aumento no preço dos alimentos a partir do segundo semestre;
- O reajuste de combustíveis e energia elétrica entre junho e outubro.
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Inflação por faixa de renda
- Renda muito baixa: 3,54%
- Renda baixa: 3,59%
- Renda média-baixa: 3,73%
- Renda média: 3,69%
- Renda média-alta: 3,90%
- Renda alta: 3,92%
Ao contrário do que aconteceu no restante do ano, a inflação de dezembro apertou mais para a baixa renda. Mesmo assim, a alta dos preços se acelerou em todas as faixas.
Nesse período, o impacto nas contas da classe de baixa muito baixa foi de 0,21%. A taxa é mais que o dobro do aferido nas classes mais ricas, considerando que elas sentiram um impacto de 0,09%.
Alimentos em domicílio tiveram grande participação nesse aumento da cesta de consumo, principalmente produtos in natura:
- Legumes (9%)
- Verduras (2,3%)
- Frutas (3%)
- Carnes (2%)
Outros produtos que influenciaram na alta:
- Itens de vestuário, como roupas femininas (2,3%)
- Reajuste nos preços dos aluguéis (0,5%)
A maior razão do alívio das classes de rendas mais altas foi a queda de 4,8% no preço da gasolina. A redução das tarifas de energia elétrica também ajudou, em menor grau. A inflação para essas faixas de renda poderia ter sido menor, mas o aumento nas passagens aéreas de 29,1% não contribuiu.