Inflação do carnaval fica abaixo do IPC, aponta IBRE/FGV

Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV) divulgou dados dos produtos e serviços mais consumidos no carnaval na segunda-feira (25). O preço, em média, subiu 2,91% nos últimos 12 meses (entre março de 2018 e fevereiro de 2019). A inflação do mesmo período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, subiu 3,98%.

De acordo com o coordenador do IPC do IBRE, André Braz, a inflação do carnaval foi menor que o IPC devido à lentidão que a economia avança.

“Temos ainda um número de desempregados bem grande, a inflação está contida e a previsão este ano é que ela continue abaixo da meta. Então, os preços andam bem-comportados”, explicou o economista à “Agência Brasil”.

Saiba mais – Carnaval deve movimentar R$ 6,78 bilhões em 2019, segundo CNC

Dados da pesquisa

O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV) tomou como base a análise de 23 itens.

Dentre todos os itens pesquisados, o gás natural veicular (GNV) apresentou a maior alta, de 16,52%. Do lado oposto, o etanol exibiu deflação de 2,52%.

Confira abaixo os itens cujos preços subiram abaixo da inflação (IPC):

  • óleo lubrificante: 1,75%
  •  pedágio: 3,04%
  • serviço de reparo em automóvel: 3,74%
  • refeições em bares e restaurantes: 2,82%
  • cafezinho: 2,66%
  • e bebidas destiladas 2,19%

As menores variações de preço foram observadas nos itens:

  • cerveja: 0,93%
  • e hotel: 0,53 %

Dentre os itens consumidos no carnaval, cujos preços subiram acima da inflação (IPC) estão:

  • excursões: 11,28%
  • preservativo e lubrificante: 4,99%
  • doces e salgados: 4,77%
  • café da manhã: 4,59%
  • e sanduíches: 4,29%

O André Braz apontou que os principais desafios dos foliões são:

  • hospedagem,;
  • pedágio;
  • revisão de carro;
  • e comida fora de casa.

O economista aconselhou que os foliões preparem pelo menos as principais refeições do dia em casa, ou no acampamento. E que deixem para gastar na rua com a cerveja e a água mineral. “Dessa forma, dá para passar um carnaval sem estourar o orçamento”, indicou.

Por fim, André Braz alerta: “pela lei da oferta e da procura, os preços ficam diferenciados [nesse período de Carnaval]”.

Saiba mais – Prévia da inflação: IPCA-15 aponta variação de 0,34% em fevereiro

CNC: Carnaval deve movimentar R$ 6,78 bilhões em 2019

Segundo cálculo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o carnaval deve movimentar R$ 6,78 bilhões. Além disso, deve aumentar as receitas das atividades econômicas ligadas ao turismo em 2%, neste ano.

A data de folia deve levar à contratação de 23,6 mil trabalhadores temporários, entre janeiro e fevereiro, para dar conta do aumento da demanda.

Trata-se de um aumento de 23,4% em relação ao carnaval do ano passado, quando 19,1 mil pessoas foram contratadas temporariamente.

É a maior quantidade de temporários desde 2015 (21,1 mil), mas bem longe de alcançar o número de postos abertos em 2014 (55,6 mil).

A maior parte das vagas oferecidas são do setor de alimentos: 18,4 mil vagas, o que representa 78% das oportunidades abertas.

Dois fatores vão favorecer o aumento do faturamento do setor:

  • inflação mais baixa;
  • e um dólar 20% mais caro em relação ao carnaval passado.

Esse aumento favorece os gastos com o turismo em território nacional, já que as pessoas deixam de viajar para fora do País no carnaval.

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Amanda Gushiken

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