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Inflação: após alta do IPCA, mercado vê trégua em julho. Como assim?

Cashback pode elevar preços da cesta na reforma tributária, diz Abras

Cashback pode elevar preços da cesta na reforma tributária, diz Abras. Foto: Pixabay

A inflação oficial voltou a acelerar em junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de uma alta de 0,47% em maio para 0,67% no último mês, informou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para julho, a projeção de economistas é de trégua, com uma deflação de até 1%, puxada pela entrada em vigor do teto de ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações.

A medida já começou a se refletir no etanol (-6,41%), na gasolina (-0,72%) e na energia elétrica (-1,07%), embora o IPCA de junho tenha captado poucos dias de imposto menor, e apenas em São Paulo e Goiás. Como o corte tributário influenciará mais a leitura de julho, ao se estender a mais Estados e a mais dias, neste mês é esperada deflação próxima de 1% pelo Itaú Unibanco, de 0,82% pela Garde Asset e de 0,51% pela LCA Consultores. “Depende da velocidade do repasse sobre combustíveis”, avaliou o economista Luís Menon, da Garde Asset.

Em julho, a inflação deve ser bastante impactada pela queda do ICMS, mas deixa dúvida à frente, com a pressão sobre o câmbio e a possibilidade de reajustes dos combustíveis até o fim do ano, alertou o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. “É uma ajuda no curto prazo, às custas de uma piora fiscal significativa e de uma piora da inflação no ano que vem”, disse. “Estamos caminhando para um IPCA próximo de 8,0% em 2022, mas com 5,4% no ano que vem, acima do teto da meta.”

Inflação: dez meses acima de 10%

Apesar do alívio tributário na inflação, há risco decorrente da “PEC Kamikaze“, cuja votação na Câmara é prevista para a próxima semana. “No início do ano, quando tivemos o aumento do Auxílio Brasil para R$ 400, vimos claramente que isso impulsionou a inflação. Agora, essas medidas também são um risco”, explicou a economista-chefe da ARX Investimentos, Elisa Machado, que calcula uma contribuição de 0,5 ponto porcentual da PEC ao IPCA de 2022 e 2023, já incorporada às suas projeções, de 7,30% em 2022 e de 5,24% em 2023.

O acumulado do IPCA em 12 meses subiu a 11,89% em junho e já se posiciona no patamar de dois dígitos pelo décimo mês consecutivo. A última vez que o índice persistiu por tanto tempo acima dos 10% foi há quase 20 anos, em 2003.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com Estadão Conteúdo

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