O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria brasileira apresentou alta em novembro. O indicador saiu de 52,2%, em outubro, para 52,9%, na série com ajuste sazonal.
Segundo o IHS Markit, consultoria e fornecedora de análises e dados multinacionais, este foi a segunda alta mais intensa dos últimos nove meses da indústria brasileira, ficando atrás apenas de setembro. O avanço foi influenciado pelo aumento da demanda, pelo volume de novos negócios e compra de insumos. As principais taxas de crescimento foram:
- Fabricação de bens intermediários
- Bens de capital
- Bens de capital
Todavia, as exportações permanecem em queda, com o ritmo de perdas mais intenso dos últimos três anos. A IHS Markit informou que esse resultado é impactado pela demanda especialmente fraca oriunda dos países latino-americanos.
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Os preços de insumos apresentaram uma alta em novembro após relatos de taxas de câmbio desfavoráveis. O crescimento das cargas de custos, no geral, foi amenizado, mas permaneceu alto. No entanto, a inflação dos preços cobrados em outubro voltou a cair.
Indústria brasileira mantém ritmo de crescimento
“É encorajador ver o setor industrial do Brasil se mantendo forte em novembro. Impulsionados pela recuperação na quantidade de novos pedidos provenientes do mercado interno, que foi melhor do que a observada em outubro, os produtores de mercadorias aumentaram a produção da maneira mais significativa em quase um ano e meio”, salienta Pollyanna De Lima, economista da IHS Markit, no comunicado desta segunda-feira (2).
Segundo De Lima, além do crescimento da demanda interna, os resultados do PMI representam uma melhoria ainda mais empolgante na produtividade dos fabricantes.
A economista chama a atenção, entretanto, para os sinais emitidos pelo mercado de trabalho e pelo setor externo. “A taxa alta de desemprego em todo o Brasil é vista como o calcanhar de Aquiles de uma recuperação econômica sustentável, pois os consumidores têm menos dinheiro para gastar no mercado interno.”
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“Uma nota de cautela ronda o atual enfraquecimento nas exportações. O comércio internacional caiu pelo terceiro mês consecutivo e pelo ritmo mais rápido em quase três anos, com o enfraquecimento do real sendo incapaz de gerar pedidos externos, e com as empresas continuando a mencionar a demanda contida proveniente dos países latino-americanos”, avaliou a especialista, em referência à indústria brasileira e demanda externa.