A inadimplência de empresas no Brasil cresceu 9,9% em janeiro deste ano, ante o mesmo mês de 2019, atingindo 6,2 milhões de companhias. Assim, o índice bateu recorde pela 11ª vez seguida. Os dados foram divulgados pelo Serasa Experian, nesta quarta-feira (25).
Em relação a dezembro do ano passado, a inadimplência das empresas brasileiras cresceu 0,9%. Das empresas que não conseguiram pagar suas dívidas, 94% estão no grupo das micro e pequenas. As demais são de médio e grande porte.
O economista da Serasa, Luiz Rabi, afirma, em nota à imprensa, que é preciso atenção com os próximos meses. Isso porque o cenário para as empresas não deve melhorar no curto prazo, por conta da crise causada pela pandemia de coronavírus.
“É preciso que os donos de negócios saibam como agir em casos de crescimento econômico abaixo do esperado e demora nos reflexos dos juros baixos na oferta de crédito. Ter planejamento financeiro é fundamental, assim como renegociar dívidas mais caras junto aos credores”, afirma Rabi.
Recorde de inadimplência das empresas em 2019
Em 2019, a inadimplência das empresas bateu recorde, de acordo com dados do Serasa Experian. Em dezembro, o número de empresas que possuíam conta em atraso passava de 6,1 milhões. A maior parte das dívidas não pagas pelas companhias aconteceu com empresas que não são do setor financeiro (78%).
Rabi explicou, no início deste mês, que o crescimento de inadimplência por parte das empresas ocorreu por conta do aumento do crédito mercantil. “A redução dos juros ainda não foi totalmente refletida no sistema financeiro, o que acaba prejudicando principalmente as pequenas empresas. Isso faz com que eles busquem melhores alternativas, como os acordos entre empresas, para acessar o crédito. Porém, com o crescimento econômico abaixo do esperado, este grupo de empreendimentos não consegue honrar os compromissos e engrossa a lista de devedores negativados“, analisou o economista.
