A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou uma Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e informou, nessa quarta-feira (20), que a inadimplência das famílias brasileiras ficou em 10,6% em maio, representando a maior proporção desde abril de 2018.
Em abril desse ano a inadimplência das famílias brasileiras ficou em 9,9%. O aumento em relação a esse mês foi observado em meio os impactos econômicos causados pela pandemia de coronavírus (Covid-19).
Já o número de famílias brasileiras que se consideram muito endividadas chegou a 16% em maio, o que significa o maior percentual desde setembro de 2011, quando o índice ficou em 16,3%.
Além disso, a Peic indicou um decréscimo de 66,6% em abril, para 66,5% em maio, em relação ao total de famílias com dívidas em:
- Cheque pré-datado;
- Cartão de crédito;
- Cheque especial;
- Carnê de loja;
- Empréstimo pessoal;
- Prestação de carro;
- Seguro de carro
Contudo, o percentual de endividamento ainda se apresentou maior do que em maio de 2019, quando foi de 63,4%.
Já o número de brasileiros com dívidas ou contas atrasadas ficou em 25,1%, apresentando uma queda de de 0,2 ponto percentual em março quando comparado a abril. Entretanto, na mesma época do ano passado, o índice ficou em 24,1%.
Inadimplência não mostra trajetória explosiva
Em contrapartida, economista responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, salientou que “mesmo com as incertezas impostas pela pandemia, a inadimplência não mostra trajetória explosiva, pelo menos não ainda. Com medidas de auxílio à renda, como o coronavoucher, as famílias mostram alguma resiliência na quitação de seus compromissos financeiros”.
Ademais, a pesquisa indicou que a principal categoria de endividamento para os consumidores brasileiros é o cartão de crédito. Os carnês e o financiamento de automóveis ficam logo atrás no ranking.
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Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, “o cartão de crédito, apesar de seguir em primeiro lugar nos principais tipos de dívida, vem perdendo espaço para outros tipos de dívida, em função de ser uma das modalidades mais caras de crédito. O endividamento com cartão chegou a representar 79,8% em janeiro deste ano”.
Por fim, Tradros comentou que “apesar da pequena queda no mês, o endividamento das famílias está em proporção elevada, sendo importante também viabilizar prazos mais longos para os pagamentos das dívidas, como forma de evitar o crescimento da inadimplência nos meses à frente”.