A declaração do Imposto de Renda é uma responsabilidade que marca o primeiro semestre do ano. Para 2025, a previsão é que o período para o envio das declarações aconteça entre março e maio, como ocorreu nos anos anteriores.
Até a data de publicação desta matéria, em 29 de janeiro, a Receita Federal ainda não divulgou o calendário e as regras para a declaração deste ano. No entanto, com base nas vigências do último ano, já é possível que os contribuintes comecem a se organizar para não perder o prazo.
A organização antecipada é fundamental para que a declaração seja entregue de maneira correta. Dessa forma, é possível evitar a tão temida malha fina, revisão detalhada da Receita Federal que identifica inconsistências na entrega do IR.
Quem deve declarar o Imposto de Renda 2025?
A Receita Federal ainda não divulgou oficialmente as regras para a declaração do Imposto de Renda 2025. No entanto, segundo Wesley Fernandes Santiago, contador e diretor executivo da Macro Contabilidade e Consultoria, é importante que os contribuintes já comecem a se organizar.
“É muito importante que os contribuintes já comecem a se organizar, separar toda a documentação e entender o que será necessário informar quando o prazo de entrega for aberto”, destaca ele.
No último ano, estavam obrigados a declarar os contribuintes que se enquadravam nos seguintes critérios:
- Recebimento de rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90;
- Rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200 mil;
- Ganho de capital na alienação de bens e direitos;
- Operações em bolsa de valores;
- Posse ou propriedade de bens acima de R$ 800 mil;
- Recebimento de rendimentos oriundos da atividade rural superiores a R$ 153.199,50;
- Passou à condição de residente fiscal no Brasil durante 2023 e se manteve nesta situação até o dia 31 de dezembro deste mesmo ano.
De acordo com Jhonny Martins, vice-presidente do SERAC, a Receita Federal fixa essas regras anualmente por meio de instrução normativa, o que significa que alguns pontos podem mudar para 2025. “A instrução normativa para a declaração de 2025 ainda não foi publicada, e algumas regras podem mudar, ou não, de um ano para o outro”, alerta o especialista.
Como não cair na malha fina?
Evitar a malha fina requer atenção aos detalhes. Segundo Santiago, um dos principais motivos para inconsistências na declaração é o erro na digitação.
“Hoje, temos a declaração pré-preenchida, uma modalidade que já traz todas as informações que o Fisco possui. Isso ajuda bastante, mas é obrigação do contribuinte conferir todos os dados, verificar se as informações estão corretas e se condizem com seus informes de rendimento, recebidos e pagamentos, para evitar qualquer questionamento”, explica o especialista.
Além disso, a divergência entre os valores informados pelos contribuintes e aqueles declarados pelas fontes pagadoras também deve ser um ponto de atenção na hora de fazer a declaração.
“Guardar os comprovantes é essencial, assim como não esquecer de declarar nenhuma fonte de renda. Muitas vezes, o trabalhador tem uma renda principal e fundamental, mas também possui uma renda secundária que complementa seus ganhos. Essa também precisa ser declarada ao Fisco”, diz o diretor executivo da Macro Contabilidade e Consultoria.
Os investidores também devem se atentar para evitar a malha fina, inclusive ao investir em renda variável.
“Para os que investem em renda variável, é importante fazer um controle mensal das ações ou cotas em custódia a cada, mês, das compras, vendas, ganhos e perdas apurados ao longo do ano, bem como do imposto de renda pago sobre os ganhos obtidos com renda variável, quando for o caso”, explica ele.
Para declarar o imposto de renda, os contribuintes devem acessar o site da Receita Federal, dentro do prazo a ser divulgado pelo órgão público, e instalar o programa dedicado à entrega.