Importações do diesel são canceladas após ingerência do governo
Importadores de óleo diesel cancelaram as importações após o recuo no preço pela Petrobras. A medida busca evitar o prejuízo médio de R$ 0,14 em cada litro.
A estatal desistiu do aumento do preço do óleo diesel a pedido do Presidente da República, Jair Bolsonaro. O anúncio feito pela Petrobras na quinta-feira (11) previa a alta de 5,7% no preço do combustível. Entretanto, o governo federal exigiu uma justificativa baseada em dados e análises para permitir a mudança no preço.
Saiba Mais: Ministros discutem preço do diesel após intervenção do governo na Petrobras
Levy defende expansão do gás natural
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, defendeu nesta sexta-feira, 15, a expansão do setor de gás natural. Ele declarou que o combustível pode ser uma alternativa ao diesel.
Para Levy, o gás natural deve ser distribuído de forma mais barata afim de criar uma demanda pelo combustível, que poderia, segundo ele, substituir o diesel no abastecimentos de caminhões.
Saiba Mais: Ministros discutem preço do diesel após intervenção do governo na Petrobras
Queda nas ações da Petrobras
A interferência do governo provocou receios no mercado. Tanto, que as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíram 8,54% na sexta-feira (12), sendo negociadas a R$ 29,13, enquanto as ações preferenciais fecharam a R$ 25,83. Em Nova York, os recibos de ações tiveram perda de mais de 9%.
Dessa forma, a Petrobras registrou uma perda de R$ 32,4 bilhões em valor de mercado depois do presidente Jair Bolsonaro intervir na política de preços da estatal. A mudança no valor do combustível estava prevista para ocorrer na última sexta-feira, mas Bolsonaro pediu para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, cancelar a medida.
A ação do governo foi baseada no receio de uma possível nova greve dos caminhoneiros. A manifestação da categoria em maio de 2018 trouxe diversas consequências para a economia quando paralisou o país por 11 dias.
Para acabar com o protesto, o então presidente Michel Temer fechou um acordo com os caminhoneiros. A concessão feita à categoria incluía uma nova política de preços do diesel pela Petrobras. O aumento proposto pela estatal na última quinta-feira seria o primeiro desde 22 de março.
