A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional) divulgaram nessa segunda-feira (24) o estudo de Indicadores Imobiliários Nacionais, apontando que os lançamentos de imóveis residenciais caíram 43,9% no primeiro trimestre do ano, enquanto as vendas caíram 2,2% comparadas ao mesmo período do ano passado no Brasil.
De acordo com a CBIC, ao passo que as vendas dos imóveis sofreram quedas leves, os lançamentos sofreram maiores reduções em seus números.
As incertezas geradas pela pandemia do coronavírus (covid-19) interromperam a expansão que vinha ocorrendo desde janeiro de 2018 no mercado imobiliário. Entretanto, as consequências foram menores do que o previsto, salientou a câmara.
As vendas sofreram uma queda de 23,5% no segundo trimestre desse ano, comparando com o mesmo período no ano passado. Sendo as variações das regiões de:
- Região Sudeste: queda de 39,3% (9.321 unidades a menos);
- Região Centro-Oeste: queda de 22,9% (947 unidade a menos);
- Região Sul: variação positiva de 5% (333 unidades);
- Região Norte: queda de 0,5%;
- Região Nordeste: crescimento de 0,1%
No primeiro semestre, as vendas alcançaram o valor de 71.109, contra 72.710 do mesmo período do ano anterior.
Lançamentos de imóveis por regiões brasileiras
Nesse ano, no segundo trimestre, foram 16.659 unidades de imóveis lançados, representando um declínio de 60,9% em comparação com o ano anterior. Sendo as maiores variações de:
- Região Norte: queda de 73,3% (660 unidades a menos)
- Região Nordeste: variação de 70% (3.244 unidades)
- Região Sudeste: queda de 68,3% (18.238 unidades)
No primeiro semestre do ano passado foram lançados 67.034 unidades de imóveis, enquanto nesse ano foram 37.596 unidades. A maior diferença apresentada no primeiro semestre foi no Nordeste, com uma queda de 60,1% .
José Carlos Martins, presidente da CBIC, declarou que a previsão é de que ocorra um crescimento de 20% a 30% nos lançamentos no segundo semestre desse ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O Secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, disse que as expectativas para o segundo semestre para o setor é “muito auspiciosa”.
Segundo o secretário, o governo irá divulgar nos próximos meses uma “série de medidas para destravar ainda mais a construção civil”. As medidas estão sendo produzidas com o apoio de entidade do setor da construção civil e devem ser adotadas com o intuito de reduzir a burocracia e, assim, o custo para as empresas do setor, afirmou.
“Tudo alinhado com a visão de que o Brasil precisa se destravar, precisamos destravar os nossos empresários para que eles consigam investir, consigam crescer. É óbvio que isso tudo depende, principalmente quando fala de construção, de alguns programas públicos que nós devemos continuar”, alegou o secretário.
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Em relação a retomada do setor, no segundo semestre, o secretário citou a preocupação dos empresários com a possível elevação de preços de insumos.
“Quando retoma mais rapidamente do que se imaginava, às vezes, faltam alguns insumos. Aí os preços sobem. Temos certeza que qualquer desajuste de preço será temporário”, destacou. Complementou, ainda, acreditar que a construção civil será “motor da retomada da economia”.