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Imóveis vazios detêm reajuste de aluguéis, apesar da alta do IGP-M

Apesar do IGP-M ter avançado 23,14% em 2020, o preço de aluguéis de imóveis no Brasil não aumentou tanto assim.

Apesar do IGP-M ter avançado 23,14% em 2020, o preço de aluguéis de imóveis no Brasil não aumentou tanto assim.

Apesar da inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ter aumentado bastante em 2020 (23,14%), o preço de aluguéis de imóveis no Brasil não aumentou tanto assim. De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão nesta terça-feira (19), os motivos podem estar ligados a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, André Braz, explicou ao jornal que “o IGP-M ainda é amplamente utilizado como indexador dos aluguéis residenciais. Só que, no momento, principalmente por conta da pandemia, o mercado imobiliário foi bem afetado. Muitas famílias perderam emprego, renda, sua capacidade de pagar aluguel. Então a oferta de imóveis para alugar aumentou muito nos últimos meses. Isso aumenta o poder de barganha do inquilino, porque como a oferta é maior, consegue espaço para negociar melhor o reajuste do aluguel”.

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Já o  analista do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Almeida, salientou que  “teve muita negociação de inquilinos em função da pandemia e da dificuldade financeira que ela representou”. Ele ainda lembrou que o aluguel de imóveis residenciais cresceu menos no ano passado do que em 2019.

Vale lembrar que entre agosto e outubro do ano passado, a taxa de desemprego no País atingiu 14,3%, quando 14,1 milhões de pessoas estavam procurando um emprego, segundo a Pnad Contínua, feita pelo IBGE.

Por outro lado, Luiz Roberto Cunha, decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio defende que “o mercado de aluguel depende da demanda aquecida ou não. Se a demanda está fraca, e tem um inquilino que está fazendo tudo certo, você faz negociação”.

Braz, por sua vez, comentou que “o que interessa para o proprietário agora é um inquilino bom pagador, aquele que coloca as contas em dia, que cuida bem do imóvel. Então, muitas vezes o proprietário também abre espaço para negociação para não ficar com o imóvel vazio, tendo que arcar com boa parte dos encargos, seja condomínio, IPTU, e também sem a renda do aluguel. No momento tem havido muito espaço para negociação”.

Alta de preços de aluguel de imóveis residenciais cai para 2,77% em 2020

O IBGE informou na última terça-feira (12) que o avanço de preços de aluguel de imóveis residenciais caiu para 2,77% no ano passado. Vale destacar que em 2019, a alta de preços ficava em 3,80%.

De acordo com o IBGE, isso aconteceu pois em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) muitos donos de imóveis acabaram dando descontos para manter inquilinos e continuar com a residência alugada.

Por outro lado, um levantamento feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), em dezembro de 2020, mostrou que o mercado imobiliário brasileiro teve alta de 23,7% no volume de vendas de moradias, ao passo que o número de lançamentos de imóveis recuou 10,5% no terceiro trimestre de 2020, ante o mesmo período em 2019.

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