Comprar imóveis em Nova York fica até 25% mais barato com crise
Quem não sonha com uma casa em Nova York? Um loft em Soho, um apartamento de dois cômodos em Chelsea, ou uma cobertura em Billionaire Row, a rua que se tornou famosa pelos arranha-céus recém-construídos, protagonistas da competição de altura nos últimos anos.
E esse desejo poderia estar muito próximo da realidade em um momento como esse, quando o mercado de imóveis em Nova York está enfrentando uma forte crise, com quedas de preço que chegam a 25%.
A situação das vendas e dos aluguéis na metrópole americana é crítica. Os escritórios ainda estão fechados, embora o trânsito tenha voltado recentemente a um patamar parecido com a normalidade. Mas muitas empresas cancelaram seus contratos de aluguel. E muitos funcionários também fizeram o mesmo com seus contratos das moradias.
Em agosto, havia mais de 15 mil apartamentos vagos em Manhattan, cerca de 5% do total de imóveis disponíveis. A maior taxa de vacância dos últimos 14 anos.
Pode parecer um número pequeno, mas em Manhattan a taxa de vacância costuma ficar entre 1% e 2%.
Mas essa vacância poderia ser ainda maior, pois muitos analistas acreditam que haja um número parecido no submercado dos apartamentos vazios mas não anunciados.
Por isso, grandes proprietários de imóveis estão optando por oferecer até três meses de aluguel gratuito como incentivo para assinar contratos. E com isso muita gente está aproveitando para mudar para apartamentos maiores.
O mesmo vale para grandes empresas. Por exemplo, o Facebook (NASDAQ: FB) alugou um quarteirão inteiro perto da estação da Pensilvânia com um desconto de US$ 100 milhões *cerca de R$ 550 milhões). Por sua vez, o TikTok alugou 120 mil metros quadrados em Midtown.
E com uma situação como essa, em muitos acham que é hora de investir nos imóveis de Nova York.
Comprar imóveis em Nova York
Nesse momento os investidores que desejam comprar apartamentos por US$ 20-30 milhões ao todo estão obtendo descontos de 30-40% comprando diretamente da incorporadora.
Mas há áreas em Nova York que estão conhecendo o processo inverso. Enquanto muitos procuraram deixar Manhattan em busca de mais espaço, bairros como Brooklyn e Queens viram os preços permanecerem estáveis ou até subirem.
O mercado de imóveis abaixo de US$ um milhão permanece ativo, registrando uma quantidade de transações quase igual a fevereiro, antes do começo da pandemia do novo coronavírus (covid-19), enquanto o mercado de luxo continua registrando cerca de metade dos contratos registrados no começo do ano.
Os problemas do coronavírus desaceleraram ainda mais os desenvolvimentos de imóveis de luxo.
Antes mesmo da pandemia, o segmento de residências de luxo registrou de fato um congelamento nas compras de apartamentos que permanecem meses e meses no mercado.
Para que esses imóveis fossem vendidos era necessário acompanhá-los de “brindes” como o pagamento de despesas de condomínio ou até viagens para lugares exóticos.
No geral, o número de vendas de imóveis de luxo em Nova York caiu 46,3% no trimestre julho-setembro 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 1.375 unidades. Por sua vez a oferta está crescendo, com 9.319 unidades no mercado.
No caso dos aluguéis, as áreas problemáticas são principalmente Downtown e Upper West Side, e também Upper East Side. Upper Manhattan segurou mais pois seus preços são um pouco mais acessíveis.
O aluguel médio em Nova York caiu 7,7% em agosto em uma base anual para US$ 3.161, contra os US$ 3.423 do mesmo mês do ano passado. As maiores reduções foram para apartamentos de um e dois quartos, que caíram para US$$ 2.500 e US$ 3.300 respectivamente. Boas notícias para quem quer se mudar de vez para a cidade que nunca dorme.