A Iguatemi (IGTA3/IGTA11) apresentou na noite de terça-feira (2) seus resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22), considerados sólidos para a XP Investimentos.
Em relatório assinado por Ygor Altero, o balanço do 2T22 da Iguatemi foi impulsionado pelo desempenho do aluguel mesmas lojas (SSR), de +56,2% em relação a 2019, especialmente pelos números de junho, com um crescimento de SSR de 59,1% em relação ao 2T19.
Por consequência, a receita de aluguel de shoppings atingiu R$ 211 milhões — alta de 24,5% na comparação de base anual e crescimento de 43,1% sobre os números de 2019. “Como resultado, a receita líquida foi forte, chegando a R$ 254 milhões (+48,8% A/A e +11,1% T/T), ligeiramente acima das nossas estimativas (+4,6% vs. XPe)”, escreveu.
A XP reitera a recomendação de compra para as ações da Iguatemi, com preço alvo em R$ 28.
Iguatemi: 2T22 traz números saudáveis e dentro da estimativa de XP
O analista da XP destaca que a receita de estacionamentos cresceu significativamente, alcançando R$ 43,6 milhões, alta de 114% contra o 2T21 e +14% no mesmo período em 2019, impulsionada principalmente por:
- Maiores tarifas de estacionamento no trimestre;
- Aumento do fluxo de veículos devido às atividades de entretenimento; e
- Início da cobrança de estacionamentos nos shoppings Iguatemi Rio Preto e Iguatemi Ribeirão Preto.
“Adicionalmente, a taxa de ocupação manteve níveis saudáveis de 92,6% (estável com o 1T22), impulsionada por junho com ocupação de 93,4%”, aponta o texto.
No quesito da inadimplência líquida, os números também foram sólidos: -2,3% sobre o 2T19, queda de 2,9 pontos percentuais. Apesar do pagamento de aluguéis em atraso, ainda houve aumento das receitas de aluguel.
Além disso, os custos de ocupação atingiram 11,3% (-0,4 p.p. ante 2019), abrindo espaço para a continuação do processo de redução de descontos.
Outro ponto importante no balanço da Iguatemi foram as vendas mesmas lojas (SSS). O crescimento foi de 31% sobre mesmo período em 2019.
“Destacamos também o segmento de restaurantes, com melhora do SSS de +21,4 % vs. 2019 e +79,2% vs. 2T21, refletindo a sólida recuperação de um dos setores mais afetados pela pandemia. Como resultado, as vendas atingiram níveis recordes para um segundo trimestre de R$ 4,3 bilhões (30,2% vs. 2T19)”, afirmou Altero.
Por fim, os resultados financeiros da Iguatemi próximos com a projeção da XP. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 166,6 milhões, aumento de 61%. A margem Ebitda cresceu 5 pontos porcentuais, para 65,7%, ligeiramente abaixo das estimativas (-0,7 p.p vs. XPe).
Além disso, o FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado ficou em R$ 94 milhões (+58,4% contra 2T21 e -4,6% ante estimativas da XP), apesar do aumento significativo das despesas com juros (+190,8% no ano a ano), devido ao aumento das taxas de juros no trimestre.
A alavancagem da Iguatemi (Dívida Líquida/Ebitda) atingiu 2,71 vezes, praticamente estável em relação ao 1T22.