O Iguatemi (IGTI11) deve surpreender nos resultados do primeiro trimestre deste ano (1T24) entre os players do mercado brasileiro de shoppings centers, diz a XP Investimentos. Projeções do banco indicam um crescimento de 4% ano após ano em janeiro, e 11% em fevereiro, com receita liquida de R$ 296 milhões (+3% ano após ano). Os Fundos de Operações (FFO) devem chegar a R$ 151 milhões.
O banco espera um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 227 milhões para o Iguatemi, o que representa aumento de 14% (ano após ano) e diminuição de 14% em relação ao trimestre anterior. A XP diz que a empresa do setor de shoppings conseguiu esse feito ao atrair consumidores e impulsionar as vendas dos lojistas.
Além disso, para os analistas, o Iguatemi deve apresentar uma taxa de ocupação de 94,0%, representando um aumento significativo de 130 pontos-base em comparação com o mesmo período de 2023. Com um aumento de 15,1% em relação ao ano passado, as receitas de estacionamento refletem não apenas um aumento no fluxo de veículos, mas também ajustes tarifários que contribuíram para a expansão do faturamento nesse segmento.
Outro ponto destacado pelo relatório é a manutenção do crescimento razoável da receita de aluguel ofertada aos lojistas, refletindo a estabilidade e a demanda contínua por espaços comerciais do Iguatemi. Esse crescimento do Iguatemi, diz o banco, foi parcialmente compensado pelos efeitos adversos do IGP-M.
Já o 1T24 do Multiplan (MULT3) deve reportar um aumento de 8,9 % nas vendas dos lojistas e uma expansão significativa na taxa de ocupação (95,9%) no 1T24, representando um aumento de 120 pontos-base em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento se deve aos novos inquilinos e a manutenção dos seus empreendimentos ocupados, segundo o banco.
O relatório destaca que o Multiplan foi beneficiado também pelo desempenho das receitas da venda de imóveis devido a uma estratégia de gestão de ativos. “Como resultado, esperamos que a receita líquida aumente, atingindo R$ 499 milhões (+6% A/A e -19% T/T). Além disso, esperamos que o Ebitda permaneça em níveis saudáveis de R$ 364 milhões (+2% A/A e -17% T/T)”, afirmam os estrategistas.
Allos: alta nas vendas no 1T24, mas receita estável
Com mais clientes circulando pelo empreendimento, a Allos (ALOS3) deve reportar um crescimento expressivo de 11% nas vendas dos lojistas no 1T24 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A XP acredita que a Allos vai manter sua receita líquida estável em cerca de R$ 621 milhões, o que representa um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, em comparação com o último trimestre, é provável que haverá uma queda de 24%.
O Ebitda da Allos deve atingir aproximadamente R$ 449 milhões, o que significa um aumento de 1% em relação ao ano anterior, mas uma diminuição de 28% em relação ao trimestre passado, segundo os especialistas da XP. Isso deve resultar em uma baixa na margem Ebitda, que deve girar em torno de 72,2%, diminuindo 0,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior e 3,7 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
Além disso, a empresa pode apresentar resultados positivos em relação à taxa de ocupação das lojas, com uma expansão de 2,5% no período analisado. A XP diz que a Allos está focada em continuar investindo em novos empreendimentos e em melhoras em seus ativos existentes para expandir sua presença no mercado.
Log (LOGG3) queda no Ebitda na comparação anual
Em termos financeiros, o banco prevê que a Log Commercial Properties (LOGG3) tenha um aumento de 10% na receita, chegando a R$ 54 milhões. Embora esse aumento seja expressivo, a XP diz que as comparações anuais podem parecer menos impressionantes devido à venda de ativos ano passado, o que reduziu o nível de Área Bruta Locável (ABL), medida que calcula o espaço total de locação do imóvel.
A margem Ebitda da Log deve crescer para 71,3% em comparação trimestral, apesar de uma queda acentuada de 7,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Os estrategistas explicam que isso se deve à diluição dos custos operacionais e administrativos (SG&A). No entanto, as despesas gerais e administrativas, para os analistas, vão permanecer altas em relação ao ano anterior devido ao plano de expansão da ABL da empresa.
O FFO da Log CP é projetado em R$ 11 milhões, representando uma queda de 64% em relação ao ano anterior e 27% em comparação trimestral. Isso resulta em uma margem FFO mais baixa de 20,8%, impactada por menores impostos diferidos, segundo relatório da XP.
Iguatemi: após balanço do 4T23, banco recomendou ações
Em relatório após a divulgação dos resultados do quarto trimestre da Iguatemi, no último dia 20 de fevereiro, analistas do Goldman Sachs (GSGI34) pontuaram que estão otimistas em relação às ações da companhia. Os estrategistas recomendaram ‘compra’.
Segundo o Goldman, as estimativas de receita líquida da Iguatemi estão diminuindo 1% para o intervalo 2024-2026, considerando a amortização de aluguéis lineares nos custos principais.
“Mas nossas estimativas de Ebitda permanecem relativamente inalteradas devido a uma melhoraa nos custos de divisão de varejo digital, que atingiu o ponto de equilíbrio pela primeira vez no 4T23”, pontuou o analista Jorel Guilloty.
“As margens Ebitda do Iguatemi tiveram um aumento significativo no último ano, uma tendência que esperamos que continue”, completa.