O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) voltou a acelerar em janeiro na comparação com dezembro, quando subiu 0,96%. No primeiro mês de 2021, a alta foi de 2,58%, o que elevou o acumulado em 12 meses de 25,31% no fechamento de 2020 para 25,71%, informou nesta quinta-feira (28) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, a nova aceleração do IGP-M, usado no reajuste de contrato de aluguel, teve como protagonistas os aumentos dos preços das commodities e dos combustíveis, o que levou o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) a avançar 3,38% em janeiro, ante alta de 0,90% em dezembro. Em 12 meses, o IPA-M acumula variação positiva de 35,40%.
O IPA industrial ganhou tração e subiu 4,84% nesta leitura ante 2,09% em dezembro. O IPA agropecuário deflacionou 0,07%, menos do que a retração de 1,82% registrada no mês passado.
A taxa do grupo de bens finais subiu 1,09% em janeiro, de 2,04% em dezembro, e a taxa de bens intermediários passou de 1,86% em dezembro para 2,54% em janeiro. Já o grupo de matérias-primas brutas registrou avanço de 5,86% em janeiro, depois de cair 0,74% em dezembro.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) desacelerou, variando 0,41% em janeiro ante 1,21% em dezembro, acumulando alta de 4,70% em 12 meses. O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC-M) subiu 0,93% em janeiro, vindo de 0,88% em dezembro. Em 12 meses, o INCC-M acumula 9,39% de alta.
Imóveis vazios detêm reajuste de aluguéis, apesar da alta do IGP-M
Apesar da inflação medida pelo IGP-M ter aumentado bastante em 2020 (23,14%), o preço de aluguéis de imóveis no Brasil não aumentou tanto assim. De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, os motivos podem estar ligados a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, André Braz, explicou ao jornal que “o IGP-M ainda é amplamente utilizado como indexador dos aluguéis residenciais. Só que, no momento, principalmente por conta da pandemia, o mercado imobiliário foi bem afetado”.
“Muitas famílias perderam emprego, renda, sua capacidade de pagar aluguel. Então a oferta de imóveis para alugar aumentou muito nos últimos meses. Isso aumenta o poder de barganha do inquilino, porque como a oferta é maior, consegue espaço para negociar melhor o reajuste do aluguel”, concluiu.
(Com informações do Estadão Conteúdo)