O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que serve como uma prévia da inflação medida pelo IGP-M, subiu 1,18% em agosto, informou nesta terça-feira (17) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em julho, o indicador registrou aumento de 0,18%.
Desde janeiro, o IGP-10 acumula um aumento de 16,88%, enquanto a taxa de inflação para este indicador em 12 meses já soma 32,84%.
O resultado para o mês ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast. Eles estimavam uma alta entre 1,02% e 1,72%, com mediana positiva de 1,29%.
Vale lembrar que o IGP-10 é um índice composto, e sofre influência do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) (com 60% de peso), do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) (30%) e do Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC) (10%).
Com isso, a variação da inflação pelos três indicadores que compõem o IGP-10 de agosto ficaram assim:
- produtos medidos pelo IPA-10 tiveram alta de 1,29%, ante uma queda de 0,07% em julho;
- os preços apurados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,88% em agosto, após o avanço de 0,70% em julho.
- o INCC-10, que mede a inflação da construção civil, teve alta de 0,79% em agosto, depois de subir 1,37% em julho.
A Fundação Getúlio Vargas destacou que as altas nos preços da energia elétrica, gasolina e alimentos pressionaram a inflação ao consumidor dentro do IGP-10.
Alta da inflação pelo IGP-10
Dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), quatro das oito classes de despesas registraram taxas de variação mais elevadas:
- Alimentação (de 0,45% em julho para 1,13% em agosto),
- Saúde e Cuidados Pessoais (de -0,24% para 0,45%),
- Habitação (de 1,17% para 1,56%), e
- Transportes (de 0,81% para 0,93%).
As principais contribuições partiram dos itens: hortaliças e legumes (de -7,67% para 5,17%), plano e seguro de saúde (de -1,27% para 0,62%), tarifa de eletricidade residencial (de 3,86% para 5,74%) e gasolina (de 1,42% para 2,13%).
Na direção oposta, as taxas de inflação foram menores nos grupos Educação, Leitura e Recreação (de 2,23% para 0,51%), Comunicação (de 0,04% para -0,13%), Vestuário (de 0,34% para 0,17%) e Despesas Diversas (de 0,18% para 0,10%), sob a influência de itens como:
- passagem aérea (de 26,99% para 3,82%),
- mensalidade para TV por assinatura (de 0,00% para -0,46%),
- roupas (de 0,47% para 0,16%), e
- tarifa postal (de 1,78% para 0,00%).
Custos na construção
A alta mais branda no custo da mão de obra desacelerou a inflação da construção dentro do IGP-10, com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passando de um avanço de 1,37% em julho para uma elevação de 0,79% em agosto.
O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um aumento de 1,30% em julho para uma alta de 1,33% em agosto.
Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram alta de 1,44% em agosto, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,77% no mês.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de uma alta de 1,45% em julho para uma elevação de 0,24% em agosto.
Custos na agricultura e na indústria
Os preços agropecuários mensurados pelo IPA Agrícola subiram 4,76% no atacado em agosto, após um recuo de 2,60% em julho, dentro do IGP-10, informou a FGV.
Já os preços dos produtos industriais – medidos pelo IPA Industrial – tiveram queda de 0,02% este mês, depois da elevação de 0,92% no atacado em julho.
As condições climáticas desfavoráveis, que afetaram algumas lavouras pelo País, impulsionaram os preços de grãos. “Os efeitos da seca e das geadas estão mais evidentes no resultado do índice ao produtor”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.
“Afora os preços dos alimentos, os combustíveis e lubrificantes para a produção subiram 3,72% e também contribuíram para a aceleração da inflação ao produtor”, afirmou Braz.
Com informações de Estadão Conteúdo.