A Instituição Fiscal Independente (IFI) informou nesta segunda-feira (16) que passou a ver uma queda menor do Produto Interno bruto (PIB) brasileiro neste ano, e assim melhorou sua expectativa para a atividade econômica em 2020 e 2021.
Para este ano, a IFI passou a ver uma queda de 5% do PIB, ante 6,5% na previsão anterior.
De acordo com o órgão ligado ao Senado, a mudança na previsão reúne o conjunto de indicadores disponíveis para o segundo semestre deste ano.
“A retomada delineada nos dados da produção industrial, do nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação e das vendas do comércio varejista vem ocorrendo de maneira mais intensa do que era esperado pela IFI no cenário base apresentado em junho. A melhora do desempenho da atividade econômica após o choque negativo de março e abril causado pela pandemia pode ser explicada pelo efeito da flexibilização das medidas de isolamento social, do impulso da reabertura das atividades produtivas e do impacto sobre a demanda das políticas de compensação de renda”.
Já em relação ao próximo ano, a IFI revisou sua previsão e passou a ver um avanço do PIB de 2,8%, ante 2,5% na última projeção.
Frente a isso, a Instituição informou que “A dúvida quanto à evolução da demanda interna após a retirada dos estímulos fiscais, em um quadro de pronunciada deterioração do mercado de trabalho, pode limitar o ritmo de recuperação da atividade no próximo ano. O mesmo efeito pode advir da piora nas condições financeiras, percebida na elevação do prêmio embutido na curva futura de juros”.
Crescimento do PIB deve desacelerar gradualmente
Além disso, a IFI aponta que “após a recuperação de 2021, o crescimento do PIB deve desacelerar gradualmente para 2,6% em 2022 e para 2,3% no médio prazo”.
Em relação a receita líquida e ao déficit primário do governo central, a instituição também revisou e melhorou suas projeções. Agora a IFI prevê que a receita líquida ficará em R$ 1,176 trilhão em 2020, ao passo que antes projetava R$ 1,087 trilhão.
“No cenário base, o déficit primário do governo central deverá ficar em R$ 779,8 bilhões, em 2020, abaixo do projetado em junho (R$ 877,8 bilhões). A principal mudança a explicar a revisão está no ingresso de recursos referentes a impostos diferidos entre abril e junho”, destaca o relatório.
Além disso, a instituição comentou sobre o teto de gastos e salientou que “risco de descumprimento do teto em 2021 continua alto, mas cenário melhorou em relação à revisão de junho. Para cumprir o teto de gastos em 2021, as despesas discricionárias do Executivo deverão ir a R$ 112,7 bilhões ou 1,5% do PIB, patamar historicamente baixo para esse conjunto de gastos. Nesse contexto, há muito pouco espaço para novas despesas primárias em 2021, especialmente um novo programa de transferência de renda ou de investimento em infraestrutura”.