Com a chegada do mês de outubro, a XP Investimentos divulgou o seu novo relatório raio-XP. Entre os principais destaques do documento está a redução das projeções para o Ibovespa.
Agora, os analistas passam a ver o Ibov em 150 mil pontos em uma janela de 12 meses, ante 155 mil pontos na projeção anterior, sobretudo por conta das taxas de longo prazo mais altas.
A casa relembra que, em setembro, o Federal Reserve iniciou seu ciclo de cortes de juros. Enquanto isso deveria ter sido positivo para o índice Bovespa, dizem os analistas, a deterioração do macro doméstico pressionou os ativos por aqui.
Após o aumento de 0,25 pontos percentuais na taxa Selic anunciado na última reunião do Copom, a XP projeta uma aceleração no aperto monetário.
“Nosso time Macro projeta que o Banco Central provavelmente irá acelerar o ritmo para 0,50 p.p. nas próximas reuniões, com um viés de alta para a previsão de Selic terminal de 12% atualmente”, diz o relatório.
Além disso, o documento destaca que as preocupações fiscais voltaram após a publicação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do governo, com investidores questionando a possibilidade de atingimento da meta de déficit primário.
Essa combinação de juros maiores à frente e riscos fiscais, diz a casa, levaram a um movimento de abertura em toda a extensão da curva de juros, o que tende a impactar negativamente o Ibovespa.
O relatório também aponta que o prêmio de risco do Ibovespa atualmente está em torno de 6%, bem acima da média histórica de 3%.
A casa enxerga isso como resultado da combinação de taxas reais acima da média (atualmente em 6,4%), e múltiplos em níveis baixos (ao redor de 8x).
Comparando o nível atual das taxas reais com seu histórico, os analistas mostram que estamos em níveis semelhantes aos vistos durante a crise de 2015/16, quando o prêmio de risco do Ibov estava ao redor de 2%, bem abaixo da média.
“Em outras palavras, estamos agora em um cenário em que podemos ver um upside tanto de
uma redução nas taxas de juros reais quanto na reversão para a média do prêmio de risco da Bolsa”, projeta a XP sobre o Ibovespa.
