O Ibovespa voltou ao patamar dos 100 mil pontos. Por volta das 11h10 desta terça-feira (20), o maior índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) operava com uma alta de 1,39%, a 100.027 pontos. A última vez que o índice fechou acima desta marca foi em 17 de setembro.
O patamar de 100 mil pontos tem se mostrado uma barreira psicológica dos investidores. O mercado enxerga que a cotação do Ibovespa deve subir acima deste nível quando o cenário político e econômico brasileiro transparecer menos insegurança, sobretudo na questão fiscal e no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Este ano tem marcado uma forte volatilidade do Ibovespa. No primeiro pregão de 2020, o índice estava cotado a pouco mais de 115 mil pontos. O temor pelo coronavírus fez com que a Bolsa caísse até 63 mil pontos, em 23 de março — mesmo patamar de janeiro de 2017. Desde então, o Ibovespa chegou a subir mais de 65%, até voltar a perder força.
Nesta terça-feira, o mercado volta mostrar certo otimismo levado pela onda das bolsas mundiais, que esperam pelo novo pacote de estímulos financeiros dos Estados Unidos. O Congresso norte-americano tem até esta terça-feira para chegar a um consenso com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Desde março, o Federal Reserve (Fed) já injetou mais de US$ 4,5 trilhões (cerca de R$ 23,13 trilhões na cotação atual) na economia, o que animou os mercados, que se recuperaram rapidamente. Vale lembrar que o Fed tem pedido maiores estímulos para a recuperação da economia, que entrou em recessão técnica em função da pandemia.
Além disso, o mercado, que fechou em alta também na última segunda-feira (19), demonstra alívio no que se refere à política fiscal do País. Nas últimas semanas, os investidores ficaram com um pé atrás sobre o possível furo no teto de gastos, ocasionado pela implementação do Renda Cidadã, programa social do governo de Jair Bolsonaro que deve substituir o Bolsa Família.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse no último fim de semana, em suas redes sociais, que “a Câmara não irá, em nenhuma hipótese, prorrogar o estado de calamidade pública para o ano que vem”. O deputado salientou que não há caminho para o Brasil fora do teto de gastos. Paulo Guedes, ministro da Economia, também disse nesta terça-feira que não será demitido nos próximos meses — na visão do mercado, um risco a menos.
O Ibovespa ainda apresenta uma queda de 13% neste ano. Em termos comparativos, o S&P 500 sobe 7% desde 1º de janeiro, enquanto a Nasdaq, bolsa de tecnologia dos Estados Unidos, avança 29%.
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