O Ibovespa voltou ao território positivo depois de sessão estressante no dia anterior. O índice encerrou a 111.330,62 pontos, ganhando 0,65% ao final do pregão, impulsionado pelas notícias de que o relator da PEC Emergencial deverá manter a “ideia base” do texto aprovado pelo Senado.
Chegado de um início de semana conturbado, o Ibovespa hoje acordou de mau humor, com os investidores precificando o “efeito Lula“. O mercado entendeu que o retorno do ex-presidente para o jogo político pode aflorar ainda mais um viés populista do presidente Jair Bolsonaro, que pode deixar de lado reformas estruturais.
“Esse novo personagem muda radicalmente [a conjuntura], porque vai se querer angariar mais votos, vai se querer gastar mais”, disse Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. Segundo o especialista, os investidores ponderam se o Planalto consideraria se colocar em risco fiscal para levar em frente medidas populistas.
“Essas incertezas de ajuste fiscal, de medidas populistas que podem ser tomadas para elevar a questão de pontuação de votos visando o cenário eleitoral do ano que vem, somadas à dificuldade e demora que o Brasil tem para aprovar as reformas estruturais que o Brasil, explica Franchini, “volatiliza muito mais.”
Os ânimos, no entanto, foram em parte controlados pelo adiamento do pronunciamento do ex-presidente Lula para quarta-feira (10).
Depois de uma manhã no vermelho, o Ibovespa passou a subir em meio a expectativa da tramitação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados. O mercado recebeu bem a notícia de que o relator do texto, Daniel Freitas (PSL-SC), deve manter a “ideia base” aprovada pelo Senado, sem as mudanças defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro que desidratariam a PEC.
Por aqui, o principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) também recebeu uma força do exterior, onde o S&P 500 fechou a 3.875,44 pontos, alta de 1,42%, com o alívio da volatilidade no mercado de Treasuries.
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma baixa de 3,98%, a 110.611,58 pontos.