Ibovespa: Yduqs (YDUQ3) e Casas Bahia (BHIA3); veja a lista das maiores altas e baixas de 2023

No ano, o Ibovespa acumulou alta de 22% e manteve patamar acima de 134 mil pontos, registrando o melhor desempenho anual desde 2019. O mês de 2023 em que o índice teve sua maior alta acumulada foi novembro, com ganho de 12,5%, com queda da Selic e indicações do Federal Reserve (Fed) sobre os juros americanos.

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A Ydqus (YDUQ3) lidera entre as empresas com maior alta nas ações. Os papéis da Casas Bahia (BHIA3) amargaram o pior resultado.

No plano doméstico, o arrefecimento da inflação e os cortes da Selic contribuíram para a retomada do apetite por ações.

Também tiveram contribuição para o cenário os anúncios do exterior, em dezembro, após sinalização do Federal Reserve de que a taxa de juros de referência dos Estados Unidos pode sofrer cortes em 2024. Isso foi decisivo para que os juros de mercado americano – os rendimentos dos Treasuries – viessem mais abaixo.

Em dezembro, o Ibovespa somou alta de mais de 5%, no oitavo mês de subida em 2023. Somente em fevereiro (-7,5%), março (-3%), agosto (-5,%) e outubro (-3%), o índice acumulou queda.

O mês de 2023 em que o índice teve sua maior alta acumulada foi novembro, com ganho de 12,5%, o melhor desempenho mensal em três anos. 

As 10 ações que mais subiram no Ibovespa

Em relação às ações do Ibovespa que registraram maiores altas, o cenário positivo não se concentra a apenas um setor, com boas pontuações em empresas de educação e commodities. A dona da maior valorização foi a empresa de educação Yduqs , que subiu 123%, a R$ 22,42. 

No terceiro trimestre de 2023 (3T23), a Yduqs viu o lucro crescer mais de 5 vezes e atingir R$ 93,3 milhões. Somente em maio, a ação disparou 73% no mês após apresentar seu balanço do primeiro trimestre. Naquela ocasião, o lucro líquido foi de R$ 263 milhões. 

“Como temos demonstrado nos últimos ciclos, a combinação entre portfólio diversificado e disciplina na execução gera uma de duas fortalezas para a Yduqs: grande resiliência nas crises ou forte alavancagem operacional em momentos de retomada econômica. Essa estratégia também nos leva a um crescimento consistente no longo prazo“, comentou a companhia em seu balanço financeiro. 

Logo em seguida, aparecem a CSN Mineração (CMIN3) e Ultrapar (UGPA3), ambas registrando valorização acima de 100%. 

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As ações da CMIN3 valorizaram no ano em torno de 119,2%, beneficiadas pela alta do preço do minério de ferro, que atingiu o nível mais alto desde 2022. No 3T23, o lucro somado foi de R$ 1,199 bilhão, mais que o dobro na base anual. 

Já os papéis da Ultrapar, que tiveram alta de 114,66 no ano. No 3T23, a companhia viu seu lucro subir  mais de 10 vezes, alcançando R$ 891 milhões. Além disso, a empresa passa por um processo de turnaround que contribuiram para a disparada das ações. 

As maiores altas:

  • Yduqs (YDUQ3): + 123,2%
  • CSN Mineração (CMIN3): + 119,2%
  • Ultrapar (UGPA3): + 114,6%
  • Petrobras (PETR4): + 96,04%
  • Cyrela (CYRE3): + 93,5%
  • Banco do Brasil (BBAS3): + 76,2%
  • Petrobras (PETR3): + 75,06%
  • IRB (IRBR3): + 71,7%
  • BRF (BRFS3): + 66,8%
  • Cogna (COGN3): + 64,6%

Segundo dados do Valor Investe

As 10 ações que despencaram no Ibovespa

Ao contrário da diversidade setorial nas maiores altas, o setor de varejo predomina nas baixas, com seis das 10 ações que mais caíram no Ibovespa em 2023. Para esse quadro, um conjunto de Selic alta, recuperações judiciais e baixos resultados trimestrais e consumo mais fraco levaram as varejistas a terem um ano fraco.  

Liderando as perdas, a ação da Casas Bahia caiu 81% no ano, fazendo com que a companhia aprovasse um grupamento de ações na proporção de 25 para 1. No 3T23, a varejista viu seu prejuízo saltar 311% para R$ 836 milhões.

Além disso, a varejista fechou 32 lojas no trimestre, 19 da bandeira Casas Bahia e 13 do Ponto, totalizando 1.095 lojas ao final do período.

Em seguida, o Pão de Açúcar (PCAR3), com uma queda de 40%, é o dono da segunda maior baixa nas ações. O Grupo registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 1,295 bilhão no terceiro trimestre de 2023, um valor quase quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2022. 

O ano foi marcado por mudanças na gestão do PCAR3, com a companhia recebendo R$ 790 milhões decorrentes da venda de sua participação na rede colombiana Éxito.

Por fim, em terceiro lugar, os papéis da Minerva (BEEF3) tiveram queda de 38,9%. A receita líquida recuou 16,2% no 3T23, para R$ 7,067 bilhões. Os analistas explicam que os riscos associados à integração dos ativos da Marfrig (MRFG3), juntamente com a alavancagem alta do negócio, continuam sendo a principal ressalva para as ações. 

  • Casas Bahia (BHIA3): – 81,03%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): – 40,67%
  • Minerva (BEEF3): – 38,9%
  • Petz (PETZ3): – 36,7%
  • Alpargatas (ALPA4): – 32,9%
  • PetroReconcavo (RECV3): – 31,06%
  • Assaí (ASAI3): – 30,2%
  • 3R Petroleum (RRRP3): – 29,3%
  • Soma (SOMA3): – 25,6%
  • CVC (CVCB3): – 22,05%

Ibovespa 2024: índice pode superar 150 mil pontos, estima Genial 

A Genial Investimentos projeta que o Ibovespa poderá atingir 151.250 pontos ao final de 2024. A nova pontuação-alvo da corretora acontece após uma recente decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, considerada mais flexível (dovish) do que o esperado pelo mercado. 

Segundo a Genial, a revisão também reflete a influência das políticas monetárias dos bancos centrais no mercado acionário global.

Analistas apontam que em um cenário mais otimista, no qual os riscos potenciais negativos são minimizados, o Ibovespa poderia experimentar uma valorização ainda maior, alcançando até 166.000 pontos. 

“Esse resultado mais favorável seria possível se, ao longo do próximo ano, o índice se mover em direção a um cenário de expansão dos resultados corporativos e de um pouso suave da economia norte-americana, evitando turbulências e instabilidades econômicas”, comenta a equipe da Genial. 

No entanto, diz a Genial, existe possibilidade de um cenário menos favorável, caso eventos negativos se tornarem predominantes. Por exemplo, uma aterrissagem brusca da economia dos EUA e/ou uma deterioração das contas públicas no Brasil. Nesses cenários, a perspectiva do Ibovespa poderia sofrer uma queda significativa, potencialmente recuando para a região dos 117.000 pontos.

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Vinícius Alves

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