Após encerrar o pregão em forte alta na última terça-feira (18) — a maior em mais de dois meses –, o Ibovespa estende o avanço na abertura desta quarta-feira (19). O mercado segue de olho na situação fiscal do País, uma vez que o Orçamento de 2021 está próximo de ser definido, mas também volta suas atenções ao exterior e aos impactos da pandemia na economia global.
Por volta das 10h15, a cotação do Ibovespa subia 0,03%, para 102.095,66 pontos. O maior índice acionário da bolsa brasileira ainda opera com uma baixa de aproximadamente 13% neste ano, enquanto o S&P 500, relação das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, renovou sua máxima histórica.
No exterior, os investidores estão de olho na ata do Federal Open Market Committee (Fomc), que será divulgada às 15h (horário de Brasília), com as perspectivas da autoridade monetária dos Estados Unidos acerca das condições econômicas do país em meio ao novo coronavírus (Covid-19).
O Orçamento de 2021 deve ser enviado pelo governo federal ao congresso no fim de setembro, e o mercado segue atento à influência dessa questão nas contas públicas. Diferentes pastas pressionam por mais recursos, o que pode ameaçar o Teto de Gastos, o qual foi incluído na Constituição em dezembro de 2016 para o controle das despesas governamentais.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, o Teto de Gastos precisa ser respeitado, assim seria criada a credibilidade para as contas públicas do País. Para ele, o caminho para abrir mais espaço no Orçamento deve ser a revisão de outras despesas.
Além disso, o governo avalia usar uma Medida Provisória (MP) para estender o auxílio emergencial, conhecido como coronavoucher, com um valor abaixo dos atuais R$ 600, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”. O chefe da pasta econômica, Paulo Guedes, enxerga a possibilidade do pagamento de R$ 200 para um público reduzido, enquanto sua equipe trabalha com o pagamento mensal de R$ 300 até o fim do ano, o que, inexoravelmente, elevará os gastos públicos.
Agenda corporativa
MRV estuda IPO de subsidiária
A MRV (MRVE3) disse, na última terça, que avalia uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua controlada Urba. Segundo a empresa, a potencial oferta da subsidiária “se insere no contexto de reforçar a expansão das atividades da companhia”.
Todavia, segundo o comunicado, a operação está sujeita, entre outros fatores, à obtenção das respectivas aprovações societárias aplicáveis, a condições políticas e macroeconômicas favoráveis e ao interesse de potenciais investidores, nacionais e estrangeiros.
De acordo com informações do “Brazil Journal”, a operação pode levantar até R$ 1 bilhão. O IPO seria composto inteiramente por ações primárias e os recursos direcionados para a compra de terrenos e capital de giro.
Subsidiária da Petrobras é investigada pela Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta, a operação “Navegar é Preciso”, fase 72 da Lava-Jato. A operação junto ao Ministério Público Federal mira suspeitas de fraude em contratos da Transpetro, controlada da Petrobras (PETR4).
É averiguada a contratação de um estaleiro por R$ 857 milhões para fornecer os navios da empresa. No negócio, teria sido paga uma propina a um executivo da controlada da petroleira estatal. O prejuízo com o negócio, classificado pela Polícia Federal como “assombroso”, é estimado em cerca de R$ 611 milhões. O nome do executivo não foi divulgado.
A operação foi autorizada pela 13ª Vara Federal em Curitiba.
BNDES quer privatizar estradas no RJ
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou, na última terça, em conformidade com o Estado do Rio de Janeiro, um contrato para a concessão de nove rodovias do estado. Segundo o jornal “Valor Econômico”, a licitação dos trechos é prevista para o terceiro trimestre de 2021 pelo governo estadual.
Segundo o banco de fomento, o Lote 2 — pacote que inclui a Linha Vermelha, trecho que liga a Via Dutra, Baixada Fluminense e cidade do Rio de Janeiro, entre outras — possui investimentos previstos de R$ 6 bilhões em 25 anos, ao longo de 516 quilômetros. A última vez que o Rio realizou concessões desse tipo foi há 20 anos, e essa será a primeira vez que o BNDES faz a modelagem para a privatização de rodovias do estado.
O projeto também estima a concessão das rodovias RJ-127, RJ-145 e da RJ-155 no sul fluminense; da RJ-104, da RJ-106 e da RJ-162 no norte do estado. Caso ocorram, essas desestatizações se juntarão a cinco outras do Lote 1, sendo quatro no noroeste fluminense e uma ligando o Porto dao Açu à BR-101.
Destaques acionários
Confira algumas das maiores altas e baixas das ações do Ibovespa agora, por volta das 10h10.
Altas:
- YDUQS (YDUQ3): +1,5%
- Hering (HGTX3): +1,47%
- Suzano (SUZB3): +1,19%
- JBS (JBSS3): +1,17%
Baixas:
- Cyrela (CYRE3): -1,03%
- Hypera (HYPE3): -1,19%
- BTG Pactual (BPAC11): -1,2%
- CSN (CSNA3): -1,36%
Mercados no exterior
Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,06%
- Londres (FTSE 100): +0,24%
- Frankfurt (DAX 30): +0,33%
- Paris (CAC 40): +0,14%
- Milão (FTSE/MIB): +0,58%
- Xangai (SSE Composite): -1,24% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +0,26% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça-feira com uma alta de 2,48%.
